Solicitamos ao orador e médium Wellerson Santos que respondesse algumas perguntas acerca do tema “Literatura e Contação de Histórias”. Apresentamos abaixo sua valiosa contribuição:
1) Qual é a importância da contação de história?
A história sempre foi um recurso didático utilizado no transcorrer dos tempos para que as criaturas pudessem fixar o ensinamento e a mensagem/lição. Esopo foi o grande contador de histórias da Antiguidade, mas é em Jesus que encontramos o ápice, sendo o pedagogo por excelência. Suas narrativas ficaram gravadas nas páginas do Evangelho e suas histórias/parábolas são inesquecíveis. A história marca a criatura principalmente quando traz elementos que são do cotidiano, situações marcantes, fatos inusitados, experiências novas. No que tange à Evangelização Infantil não podemos nos esquecer desse recurso. A criança fixa o seu entendimento pela história que é narrada. O evangelizador deve buscar elucidar o tema proposto por meio de narrativas que tragam a criança para a boa compreensão do trabalho a ser desenvolvido. É importante lembrar que a história é a exemplificação da teoria. Mostra que a teoria do ensinamento pode ser colocada em prática. É a função dos romances na literatura espírita, a prática dos ensinamentos contidas na Codificação Kardequiana.
2) O que considerar quando vamos selecionar uma história para contar?
A realidade do público ouvinte. Não adianta contar uma história com elementos que o público não é capaz de entender ou viajar com ela. Se estamos falando para um público carente não adianta contar histórias falando acerca de países distantes, pompa e circunstâncias, nomes estrangeiros, vida de luxo, e outros. Não vai atender ao público e a narrativa ficará desinteressante. Adequar a história ao público. Se são crianças, contar de modo infantil, se são adultos e é uma história infantil, contar de forma mais jovial, sem infantilidade. Prestar muita atenção no objetivo com que se vai contar aquela história para que atenda aos interesses coletivos. Evitar histórias trágicas e melodramáticas se não estiverem no contexto do tema proposto. Para crianças o ideal são histórias mais leves com fundamento moral e doutrinário.
3) Qual a preparação e os cuidados necessários antes, durante e depois da contação de uma história?
A preparação:
Depois de escolhida a história ler e reler diversas vezes para memorizar. A história deve ser sempre narrada e não lida. Histórias lidas perdem o interesse. Mesmo quando a pessoa lê e dramatiza tem momentos que se perde um pouco a emoção. O ideal que o contador saiba de cor. Tenha tópicos se desejar, lembretes que marcam, mas sem ser uma leitura corrente.
Cuidados necessários:
Para crianças utilizar recurso visual aliado à contação de histórias. Como somos espíritas dar prioridade às histórias espíritas. Nada impede que seja contada uma história que não seja espírita e a traga para o contexto, mas se houver duas histórias, uma não evangélica-espírita e a outra doutrinária, fiquemos com a doutrinária sempre. Utilizar-se de outras somente quando não tiver os recursos dentro do Evangelho e da Doutrina Espírita. Ou quando já houver contado a história para aquele público. É muito importante que o contador de histórias preste atenção para não repetir a mesma história para o mesmo público. Causa desinteresse. Principalmente nas crianças, nas aulas de evangelização.
Depois da contação:
É importante que o contador de histórias depois de haver contado faça uma auto análise para ver se atingiu os seus objetivos. O próprio público oferece o feed back. Percebe-se pela expressão do público se estão gostando ou gostaram da apresentação. Se for uma aula interativa, um curso, uma palestra com participação, o contador pode procurar escutar os seus ouvintes/alunos para ter um retorno do trabalho.
Não é preciso ser perfeito, somente se esforçar para fazer o melhor possível para transmitir a mensagem da história e perseverar na tarefa da evangelização, tendo perseverança e boa vontade.
Entrevistadora: Mayla Santos
A literatura cada vez que alcançada com mais vontade e discernimento, torna-se instrumento de evolução para o nível de inteligência do espírito que deve propagar-se a todo o caminho, fazendo assim por tornarmos mais sábios!
ResponderExcluirClaro esta sabedoria se alcança com o aprimoramento da inteligência junto da moral.
Trazer isso as crianças (a todos) de forma a entretê-las e ensina-las é dar um passo para um mundo melhor, onde a leitura será considerada primordial para a evolução.
Parabêns Wellerson pelos dizeres.