Súplica de pai

Amantíssimo Pai, escuta a súplica do Teu filho, aquele que também é pai.

Confias-te-me rebentos para que eu pudesse fazer deles homens de bem, valendo-me da condição paternal a fim de trazer a educação necessária aos seus espíritos, para o refazimento e engrandecimento espiritual e moral.

Perdoa-me, Senhor, porque estou sendo um mau pai. Tenho oferecido aos meus filhos tudo que a vida física é capaz de ofertar. Dou-lhes coisas, mas não me dou. Não lhes ofereço o que mais necessitam: a presença física de um pai.

Perdoa-me, Senhor, por estar trilhando caminhos tão diferentes daqueles que Tu almejavas que eu pudesse caminhar. Tenho buscado o aplauso dos homens e a conquista pueril de bens materiais sob o subterfúgio de oferecer aos meus filhos uma herança faustosa e justa, mas me esqueci de lhes oferecer o tesouro maior, aquele que permanece para sempre em nossos corações.

Perdoa-me, Senhor, pois tenho me desdobrado para cumprir os pagamentos mensais do estudo de cada um deles, seja no ensino fundamental, médio ou superior, porém, não estive tão preocupado em dar-lhes a educação moral, aquela que não se encontra e nem se aprende nos livros, mas dentro do lar, no íntimo dos nossos corações.

Perdoa-me, Senhor, pelo exemplo que tenho dado aos meus pupilos. Sabendo que sou para eles o espelho primeiro no qual se miram para a caminhada, tenho realizado infelizes escolhas no campo das viciações de toda sorte.

Perdoa-me, Senhor, pela minha ausência. Todas as vezes que precisaram da minha presença estive ausente. Desde as reuniões escolares onde se discutia a educação intelectual dos meus filhos até os momentos de exacerbação dentro do lar, em discussões infindáveis sobre variados temas.

Perdoa-me, Senhor, porque não estive ao lado dos meus filhos quando eles mais precisaram de mim. Perdoa-me pelas respostas não dadas às incógnitas infantis e juvenis, nos conflitos mais íntimos, nas divagações e escolhas que cada um deles precisaram fazer na jornada da vida.

Perdoa-me, Senhor, porque não soube o momento certo de dizer-lhes sim e o momento de falar-lhes não, permitindo que, muitas vezes, pela libertinagem e em decorrência da minha ausência física, enveredassem por caminhos menos felizes.

Perdoa-me, Senhor, por haver sido um pai relapso que não soube cumprir com dignidade a tarefa que me foi outorgada por Ti.

Tu que és Pai Misericordioso, Justo e Bom, há de entender a súplica amorosa deste pai que está aprendendo na estrada evolutiva.

Quantos enganos, quantos atropelos, quantos equívocos...

Mas venho nesta rogativa pedir-Te perdão e que novas oportunidades se façam, para que o Seu filho, o menor de todos, possa tentar acertar, subindo os degraus da grande escada evolutiva que leva a Ti.

Abrasa-me com o Teu Amor. Tem Misericórdia de mim, pai errante que deseja acertar.

Ensina-me, Senhor da Vida, a ser verdadeiro pai.

Aquele que ama incondicionalmente...

Aquele que se faz presente nos locais certos e momentos exatos...

Aquele em que se pode confiar...

Aquele que traz as palavras sábias, nos momentos que se fazem necessárias...

Aquele que sabe se calar nas horas devidas...

Aquele que tem as atitudes corretas, oferecendo o exemplo seguro...

Enfim, Senhor, que eu aprenda contigo que és Pai de toda a Humanidade a ser pai em menor escala.

E que, um dia, eu possa ter a felicidade de Te encontrar na estrada da minha vida, de braços abertos, dizendo-me: “Filho meu, eu já te aguardava desde há muito!”.

Tal e qual a Parábola do Filho Pródigo, narrada pelo nosso Irmão e Mestre Jesus, Tu estarás aguardando a cada um de nós para volvermos aos teus braços de amor.

Perdoa-me, meu Pai!

E neste dia, em que não sou digno de ser recordado por não haver cumprido a minha função paternal com galhardia, dignidade e amor, louvo-Te, agradeço-Te e peço-Te porque reconheço a minha debilidade.

Rendo graças e louvores a Ti pelo que representas em minha vida. Peço-Te força e equilíbrio, auxílio e proteção para que possa um dia me tornar um pai que cumpre a sua tarefa e cuida, orienta, instrui, esclarece e educa aqueles que me confiastes com imenso amor.

Perdoa-me, Senhor, e sê comigo e com todos os pais terrenos, hoje e por todo o sempre!

Fritz Schein

(Mensagem psicografada pelo médium e orador espírita Wellerson Santos por ocasião do Dia dos Pais no dia 12 de agosto de 2012).