Muito obrigado!

MUITO OBRIGADO!

Exemplo de entrega ao trabalho de unificação no Movimento Espírita Brasileiro, o confrade Nestor João Masotti, Ex-Presidente da Federação Espírita Brasileira - FEB e do Conselho Espírita Internacional - CEI, sem traço de personalismo, deixa para a Pátria do Evangelho as suas preces lúcidas e doces, as saudades da sua voz paternal, a reverência constante e leal ao bom senso de Kardec, o testemunho digno no enfrentamento da enfermidade e a vontade, no coração de quem fica, de dizer: Muito obrigado!


NESTOR JOÃO MASOTTI
Ex-Presidente da Federação Espírita Brasileira – FEB e do Conselho Espírita Internacional - CEI

Wellerson Santos: Que metodologias educacionais o Espiritismo nos apresenta para a nossa caminhada evolutiva?

Nestor João Masotti: Entendemos que o processo educativo básico é aquele contido no próprio Evangelho de Jesus. Os pesquisadores acabaram descobrindo que Jesus é o maior psicólogo e pedagogo que o Mundo já conheceu. O que temos procurado destacar é a importância de desenvolvermos um trabalho intenso por meio das Casas Espíritas promovendo o estudo do Evangelho. A Casa Espírita oferece o espaço de trabalho onde exercitamos a capacidade de sermos fraternos, de trabalhar o nosso domínio contra as más inclinações que ainda nos caracterizam. Começaremos a criar hábitos bons, como observa Kardec, quando diz que educar é formar hábitos. Educar a luz da Doutrina Espírita é criar hábitos bons. O que nos cabe, acima de tudo, a nosso ver como espíritas é permanecer na simplicidade, no trabalho no dia-a-dia. Não tornar complexos os trabalhos com metodologias que podem ser úteis em muitos aspectos, mas que na prática não é viável. Observamos que a base principal da educação é o lar. E a educação se faz basicamente de que maneira? Por meio das crianças vendo os exemplos dos pais e procurando copiá-los. Assim, o processo de educação básico é que cada um possa realmente dar o bom exemplo para o próximo, porque querendo ou não, todos nós somos educadores pela nossa maneira de agir, pois estamos direta ou indiretamente influenciando o ambiente social em que estamos, podendo ser esta influência positiva ou negativa. Se somos conscientes na Doutrina Espírita, temos uma diretriz segura que nos cabe trilhar, que é exatamente o código do Evangelho. Basta que procuremos vivenciar esse código. O processo de educação, a nosso ver, é consequência disso.

Wellerson: Quais são, segundo seu ponto de vista, os objetivos a serem alcançados por nós espíritas neste Terceiro Milênio?
Nestor: A Doutrina Espírita coloca com muita clareza os objetivos a serem alcançados em nossa encarnação. O principal deles é o de sermos melhores. Esse é o objetivo básico da reencarnação, e o melhor é, tanto quanto possível, ampliar o nosso conhecimento, bem como desenvolver virtudes que ainda não temos. Se quisermos ter um fecho de encarnação mais sereno, busquemos nos melhorar, porque não vamos nos transformar em espíritos puros em uma única encarnação, mas podemos dar passos significativos ficando em paz conosco neste processo. Neste período do Terceiro Milênio, observamos que deve haver uma intensificação ampla no campo do conhecimento e no da vivência das questões espirituais. O homem vai começar a conviver mais com a Espiritualidade e esta deixará de ser mera questão de crença e será uma vivência, por meio da intensificação dos trabalhos mediúnicos. É muito importante que todos aqueles que já têm conhecimento espírita comecem, tanto quanto possível, a contribuir, não só pela divulgação dos princípios, mas pela vivência destes, partindo da postura já colocada de que a prática é sempre um exemplo positivo no processo educacional do semelhante.
Wellerson: O senhor acha que o Movimento Espírita Brasileiro tem atuado de forma dinâmica na divulgação da sua doutrina e de seus preceitos?
Nestor: Tem. Observamos um crescimento nos mais variados setores. Logicamente que a Doutrina começou a ser divulgada por meio do livro puro e simples. Mais tarde, periódicos também apareceram, alguns timidamente, outros intensificando a divulgação. Hoje observamos que, além de livros, periódicos e folhetos, surgem na comunicação espírita, outras mídias como rádio, televisão, DVDs, CDs. Entendemos que não podemos nos acomodar com este crescimento já conquistado, precisamos é ampliar cada vez mais esta capacidade de comunicação para que todos tenham a possibilidade de conhecer a Doutrina Espírita e a mensagem que ela traz. A questão não é converter ou convencer quem não conhece a Doutrina Espírita, nosso objetivo é divulgá-la, dando às pessoas o natural direito de avaliar, questionar, verificar e aceitar ou não de acordo com a liberdade de cada um. A nossa parte de espíritas convictos é de procurar divulgar, usando todas as mídias da melhor forma possível, porque, conforme dizem amigos espirituais, tem muita gente no mundo já madura para conhecer a Doutrina Espírita, só que para muitos a Doutrina ainda não chegou.
Wellerson: Chico Xavier foi um divisor de águas dentro do nosso Movimento Espírita trazendo grandes revelações, agregando informações à Codificação Kardequiana. Na atualidade, nós nos deparamos com uma infinidade de revelações vindas por meio de diversos médiuns. Quais as diretrizes da Federação Espírita Brasileira com relação à aceitação dessas revelações?
Nestor: Acredito que as diretrizes já estão na Codificação. Kardec avaliou tudo. Ele fez um trabalho enorme separando o que é opinião do que é Verdade. E a opinião não era só do médium, era, também, dos Espíritos.
É importante que quem receber qualquer tipo de informação a submeta ao crivo da razão, veja se há consistência, se há autenticidade, se há valor, e, depois, aceite ou não aceite. Porque cada um deve ser responsável pela aceitação ou não de qualquer tipo de revelação.
O que Chico mostrou é que tudo que ele fez foi autêntico e, para provar isso, ele trabalhou durante anos e anos com muita honestidade.
Então, é importante que levemos essas coisas em conta quando vamos avaliar o trabalho de alguém.

Mensagem Final
Nestor: Estamos em uma fase de transição, entre o Mundo de Expiações e Provas e o Mundo de Regeneração. E toda fase de transição se apresenta mais propícia às mudanças. As pessoas, as situações, as instituições estão mais abertas a aceitar as transformações que visam o aprimoramento. Neste momento, é mais oportuno oferecer a Doutrina Espírita como base de trabalho e de comportamento para todos aqueles que buscam novos parâmetros. A Doutrina Espírita deve ser este parâmetro, já que ela representa o Consolador Prometido por Jesus. Quando conseguirmos mudar para melhor, interiormente, os objetivos da nossa existência serão alcançados: ser útil no trabalho em favor do próximo e trabalhar para o nosso próprio melhoramento, preparando-nos para o retorno à vida espiritual com mais paz, mais harmonia e mais entendimento em relação a nós mesmos.

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