Sejam bem-vindos ao meu Blog! Tendo visitado algumas Casas Espíritas levando a mensagem do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, alguns confrades sugeriram a criação de um Blog a fim de que pudessem consultar minhas palestras, bem como acompanhar minha agenda de compromissos. Espero que gostem. Que Jesus nos abençoe!
II Entrevista: Divaldo Pereira Franco

O tema de encerramento do IV Congresso Espírita Mineiro foi: Jesus - o Mestre do Amor, proferido pelo orador espírita Divaldo Pereira Franco. O conferencista analisou o mestre Jesus sob três aspectos: no contexto histórico, como psicoterapeuta e na atualidade. Iniciou a conferência lembrando Ernesto Renan, o filósofo e escritor francês, imortal na Academia de Letras da França, que escreveu um livro sobre Jesus dizendo que ele é um homem incomparável. “Concordo com isso. Jesus é o ser mais superior que o mundo conheceu. Ele é único”. – disse Divaldo. “Os dados históricos da passagem de Jesus pela Terra são muito sutis” - informou - “Entretanto, ele tornou-se o maior marco da história da humanidade”.
O orador baiano ainda ressaltou na vida de Jesus as curas por Ele realizadas, relatando algumas passagens evangélicas ao sabor de sua emoção. Jesus ensinou que quem ama não adoece e que a prática de bons sentimentos e a mudança de atitude mental proporciona a liberação de substâncias no organismo que promovem a saúde. “Isso não é milagre, é ciência. E Jesus já sabia disso há dois mil anos quando promovia as curas. São fatos que a neurociência, nos anos 80, veio a descobrir. Mas ele já sabia, afinal ele é o guia, o modelo da humanidade, o construtor da nossa Terra, portanto, é o seu administrador” - argumentou.
No transcorrer de sua conferência, Divaldo ainda citou o líder pacifista indiano, Gandhi, que dizia: “Se todas as obras da humanidade desaparecessem e ficassem apenas as doze linhas do Sermão da Montanha, seria suficiente para tornar a criatura feliz”. E Divaldo diz: “É este o Jesus que está voltando, que o Espiritismo traz. Não mais o Jesus crucificado. É esse Doce Amigo que vem até nós”.
Ao traçar um perfil dos tempos atuais, o orador descreveu que a humanidade está abarrotada de ciência, de tecnologia de ponta e de coisas desnecessárias, mas carente do essencial, que é a paz. Este é o grande momento histórico em que os céus descem a Terra através dos mensageiros por Jesus capitaneados para cantar o hino da imortalidade, aos ouvidos de todos os corações.
Ao final da palestra, emocionando a todos, Divaldo Pereira Franco ressalta o amor inefável de Jesus pela humanidade, declamando o poema de Amélia Rodrigues: Obrigado Senhor!
O orador baiano completou 81 anos de idade e 61 anos de mediunidade com Jesus. Já psicografou mais de 211 autores espirituais, cerca de 200 livros, com mais de 7,5 milhões de exemplares vendidos. Como orador já fez mais de 11000 palestras em 62 países espalhados pelo nosso Planeta. É comparado pela escritora Ana Maria Spranger como o Paulo de Tarso de nossos dias. Suely Caldas Schubert o chamou de Semeador de Estrelas. Este é o nosso querido Divaldo.

Divaldo Pereira Franco (Divaldo): Allan Kardec, em A Gênese, abordando os milagres e a vida de Jesus, refere-se que Ele era portador de um corpo carnal e por isto mesmo Sua vida foi perfeitamente normal e natural.
Wellerson: No livro A Gênese, em sua quarta parte, Allan Kardec traça diversas possibilidades para explicar as Bodas de Caná. Uma das hipóteses é de que este acontecimento não seja um fato real e sim uma parábola contada por Ele. O que o senhor pensa a respeito disso? Quais foram os recursos que Jesus se utilizou para transformar a água em vinho?
Divaldo: É compreensível que muitos dos fenômenos a esse semelhantes e que se encontram nos Evangelhos entrem para a galeria dos mitos. No entanto, conhecendo hoje a lei dos fluidos mais do que na época do Egrégio Codificador, eu acredito que aquele fato ocorreu conforme se encontra narrado. Não, acredito, porém, que a substância apresentasse qualquer teor alcoólico, mas sim um sabor agradável, que produziu, naqueles que se beneficiaram, uma satisfação tão grande, que os mesmos comentaram que normalmente se servia o melhor vinho no começo, deixando-se para depois aquele de pior qualidade.
Wellerson: Pelo que se tem notícias Joanna de Ângelis viveu na época de Jesus como Joana de Cusa. O senhor tem informações se ela teve ou tem algum contato direto com Jesus no Plano Espiritual?
Divaldo: Pessoalmente, acredito que sim, mesmo porque depois do seu devotamento e do sacrifício da própria vida na condição de mártir, estabeleceu-se uma vinculação afetuosa muito grande e mais profunda entre ela e o Mestre. Penso que, como efeito, essa vinculação prossiga no mundo espiritual, guardadas as imensas distâncias que existem entre uma e o Outro.
Wellerson: Amélia Rodrigues, Espírito, muitas vezes narra fatos que não estão em sua totalidade no Evangelho. Ela teria vivido à época de Jesus?
Divaldo: Ela me disse que tem por hábito consultar as anotações sobre a vida de Jesus existentes no mundo espiritual e toma conhecimento dos estudos que são feitos por Espíritos iluminados, alguns dos quais foram contemporâneos de Jesus.
Wellerson: Gostaríamos de saber se quando o senhor psicografa essas mensagens consegue registrar psiquicamente os fatos que são narrados por ela? Teria algum fato para narrar-nos?
Divaldo: Quando psicografo alguns Benfeitores, na maioria das vezes, ocorre o fenômeno da ideoplastia, isto é, as cenas condensam-se na minha mente e posso vê-las. No começo, quando iniciei as primeiras atividades de divulgação doutrinária, que tinham o caráter de narração evangélica, eu via todas as cenas que buscava descrever com a maior fidelidade possível, embora me faltasse vocabulário próprio para tanto. Ainda continua essa ocorrência, hoje mais fácil em decorrência da larga experiência descritiva. Quando eu tive a oportunidade de visitar a Palestina, procurei conferir as lembranças com as paisagens diante dos meus olhos e experimentei incontida alegria por constatar que as conhecia.O mesmo fenômeno aconteceu-me quando psicografei o livro Párias em Redenção, ditado pelo Espírito Victor Hugo, o que me causou agradável surpresa. Quando terminava a escrita e ia ler a página verificava que era tudo quanto houvera acompanhado, com a diferença de que a visão era mais rica do que a descrição, que se apresentava sintética para a leitura.
Wellerson: Ao terceiro dia, quando Madalena foi visitar o sepulcro do Mestre, a pedra do túmulo estava afastada e o corpo dEle não estava lá. Qual a opinião da Doutrina Espírita em relação ao desaparecimento do corpo de Jesus?
Divaldo: É muita complexa. Porque o próprio Kardec, em sua extraordinária obra A Gênese, fazendo uma análise do desaparecimento do corpo de Jesus do túmulo, não conclui elucidando o que realmente aconteceu. Ele faz a abordagem clara a respeito do corpo, Seu corpo material. Oportunamente, estando em Uberaba e ouvindo o venerando médium Chico Xavier abordar a questão, anotei a sua informação de que teria ocorrido uma implosão através da qual houve a sua desintegração.
Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?
Divaldo: A minha é uma mensagem de esperança, de alegria de viver, de perfeita sintonia com a proposta doutrinária do Espiritismo. Amando, servindo e passando adiante, encontramos os objetivos essenciais. Sugiro que ninguém seja inimigo de outrem, mesmo que tenha muitos inimigos. Cabe-nos a todos buscar ser aquele que ama, e nessa condição, tornar-se o que compreende, que ajuda e constrói o mundo novo do amanhã.
Renovação Íntima
Renovação Íntima
Quando no Mundo acende-se a chama viva rememorando a trajetória de Nosso Senhor Jesus Cristo, especialmente nos países cristãos, irmanamo-nos com os nossos queridos irmãos, aditando eflúvios de amor e de luz.
Embora a festa pascal tenha sido criada pelos judeus por ocasião da libertação dos hebreus do julgo egípcio, os cristãos hoje celebram a ressurreição de Jesus. Jesus ressurrecto no terceiro dia, conforme havia dito aos seus discípulos e seguidores.
Convém na atualidade, quando no Mundo passamos tanta exasperação, tanta violência e dor, fazer Jesus ressurgir em nossos corações, fazer brilhar a Luz Interior a fim de que Ele possa nascer, viver e estar conosco.
Jesus é o roteiro seguro que Deus nos ofereceu para que possamos alcançar a nossa plenitude. Ele é a bússola na noite escura dos nossos desenganos. Ele deve ser o leme na nau quando estivermos nas nossas injunções dolorosas, no campo da luxúria, da mendacidade, do poder e do prazer desenfreado. Ele é a verdade que nos consola e nos orienta. Jesus é a porta pela qual devemos passar e somente a atravessaremos quando fizermos a nossa Renovação Íntima.
Desejamos aos amados do nosso coração paz e luz!
Feliz Páscoa!
Não a páscoa mundana, mas a Páscoa que representa Renovação e Trabalho.
Maria Dolores
(Mensagem psicográfica recebida pelo médium e orador espírita Wellerson Santos na noite do dia 11 de abril de 2009).
Palestra: A Codificação Espírita
Data: Outubro/08
Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus
Orador: Wellerson Santos
Entrevista Haroldo Dutra Dias
Jesus e as Parábolas – Método Pedagógico
Haroldo Dutra Dias no IV Congresso Espírita Mineiro discorreu sobre o tema: Jesus e as Parábolas – Método Pedagógico. Iniciou a sua preleção dando-nos os diversos significados da palavra “parábola”, mostrando-nos claramente que eles estão presentes tanto no Antigo como no Novo Testamento. Segundo Haroldo, uma estatística mostra que nos quatro Evangelhos (Mateus, Lucas, Marcos, João), 52% dos textos possuem linguagem figurada. De uma forma didática e extremamente compreensível, o expositor a título de exemplificação utilizava-se da Parábola do Bom Samaritano para fazer suas considerações. “É necessário explicar e desenvolver o que foi lido” – disse ele.
Haroldo Dutra Dias milita no Grupo Espírita Emmanuel que fica localizado no bairro Carlos Prates,
“No início, participei do movimento de Mocidades, na Confraternização de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte – COMEBH, e estou até hoje” – disse ele.
Haroldo está realizando um belo trabalho junto a Federação Espírita Brasileira. Possui uma coluna na revista “O Reformador” intitulada “Cristianismo Redivivo”. Sobre esta atividade ele diz: “Tem sido uma experiência incrível, na qual tenho me dedicado ao trabalho da escrita, com projetos promissores para o futuro”. Esta tarefa se iniciou quando ele e o senhor Honório foram convidados para elaborar o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), lançado em dois volumes, pela FEB, que aborda as parábolas e ensinos de Jesus, interpretados à luz da Doutrina Espírita. “Parece que ainda vou ficar um tempo empenhado nesta tarefa. Embora sinta falta de uma atividade assistencial, da reunião no grupo espírita, entendo que o momento é outro. Temos que aceitar as determinações do Alto, porque elas representam sempre o melhor para nós” – completa Haroldo.
Logo após a sua conferência, na sala de imprensa, Haroldo Dutra Dias respondeu as questões que ora publicamos. Que possamos nos deleitar nestes profundos esclarecimentos acerca do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.
Wellerson Santos (Wellerson): No evangelho de Marcos, capítulo 4, versículo 9, encontramos a seguinte assertiva: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” O que poderíamos entender com estas palavras do Cristo?
Haroldo Dutra Dias (Haroldo): Os sábios da época de Jesus, ao interpretarem o Velho Testamento, diziam que a revelação havia sido dada no Monte Sinai como uma voz e que esta voz se dividiu em setenta vozes. O que eles queriam dizer com isto? Por que setenta? Para que toda humanidade ouvisse, afirmavam eles. Isto é muito importante, porque na cultura onde Jesus nasceu o ouvido era considerado o órgão (no sentido metafórico) essencial do entendimento. É pelo ouvido que penetrava a orientação, é pelo ouvido que Deus tinha acesso à intimidade da criatura. Sendo assim, parece que Jesus estava nos advertindo quanto aos riscos de se perder a capacidade de escuta ou de transformá-la num ato mecânico. Nesses casos, a pessoa não se dá conta daquilo que está chegando até a sua intimidade, do ensinamento presente nas circunstâncias, daquilo que as pessoas estão transmitindo. Entendo como se Ele dissesse, nas entrelinhas, “Eu sou a voz de Deus, não apenas quando estou falando, ensinando, pregando, mas principalmente quando estou agindo”. Quando Jesus atua é Deus quem fala, porque Ele é o porta-voz do Criador para os filhos da Terra. Desta forma só vai aproveitar quem ouvir, sem escutar não tem jeito.
Wellerson: Segundo nos informam os espíritos, Jesus nasceu na região de Israel, porque aquele era o único povo monoteísta da época e conseqüentemente estavam mais preparados para receber os seus ensinamentos. Se eles estavam preparados porque Jesus utilizava-se de parábolas para comunicar-se com eles?
Haroldo: Há dois pontos nesta pergunta que precisamos destacar. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, nos diz que por duas razões Jesus se dirigiu aos israelitas. Primeiramente, em razão do Monoteísmo do povo hebreu, embora outros povos cultivassem uma dose de monoteísmo, ele era reservado aos círculos iniciáticos, já que a população como um todo era politeísta. O que não acontecia com o povo hebreu, cujas práticas sociais e coletivas apontavam ou buscavam expressar um monoteísmo inconfundível, claro, direto e objetivo. Por esta razão, Jesus enviou àquele povo inúmeros missionários com a tarefa de preparar a sua vinda. Sem essa base, não seria possível a revelação do Evangelho. Mas há outra razão: diz Emmanuel que, dos povos vindos de Capela, Israel era o mais endividado perante a Lei. É por isto que temos a célebre frase de Jesus: “eu não vim para os sãos, eu vim para os doentes”. Eram os que mais necessitavam porque eram aqueles que nas experiências terrenas encontrariam maior cota de sofrimento. No tocante a questão da parábola, é importante nós entendermos que Jesus não falava por parábolas para ocultar o sentido. Falar em parábola é engrandecer a fala. Naquela época, a utilização das parábolas era uma marca cultural do povo hebreu, tanto é assim, que o Velho Testamento está cheio delas. Na verdade, o modo mais efetivo de você transmitir um ensinamento rico e condensado em poucas palavras é a parábola. A memorização é facilitada, e o ensino não fica encarcerado, engaiolado. É como se você lançasse uma semente e daqui a 50000 anos, voltaremos a interpretar aquela parábola e vamos retirar coisas que hoje não conseguimos retirar. Por isto que as palavras do Cristo têm vida eterna, não apenas pelo conteúdo, mas também pela forma que Ele escolheu para transmitir o ensinamento. Uma forma aberta, ampla, simbólica, que resiste aos séculos. .
Wellerson: Por diversas vezes os apóstolos de Jesus tinham dificuldade de entender os seus ensinamentos. Porque isto se dava, eles não eram espíritos preparados para continuar a divulgação do seu Evangelho? Porque não o entendiam?
Haroldo: Costumo brincar e dizer o seguinte, Jesus é o governador espiritual do orbe. O planeta deve ter por volta dos seus cinco bilhões de anos, e há cinco bilhões de anos atrás Jesus já era um dos membros da comunidade de espíritos eleitos que dirigem o Sistema Solar. O que nós éramos? Então comparar Jesus com os apóstolos é covardia, é maldade. É comparar um fusquinha, com uma Ferrari. É claro que eles não conseguiriam manter aquele padrão divino do Cristo, mas isto não significa que eles não estivessem preparados. Porque se Jesus escolhesse anjos e espíritos puros para serem apóstolos não haveria identificação nossa com o Cristianismo. Era preciso escolher seres humanos. Porque o que Jesus estava querendo mostrar é que não importam as suas fraquezas, as suas fragilidades. Quando você se entrega, é Deus, por intermédio da espiritualidade superior, que age. Paulo fala isso de uma forma muito bonita: “Trazemos esta verdade em vasos de barro para que a glória não seja nossa, mas do alto”. Sempre penso nisso. Sempre que subo para falar penso: está subindo o vaso de barro. Espero que a Espiritualidade Superior tenha piedade para mandar água pura, pois se depender só do vaso o auditório receberá muita lama. E é muito bonito isso, porque quando a criatura vê um Pedro que nega, um Pedro que tem medo, um Pedro que é humano, diz assim: se ele pode, eu também posso. Evita-se o processo de endeusamento. Estamos em marcha para Deus.
Wellerson:
Haroldo: Esta pergunta é interessantíssima. Eu diria que é o preço que se paga pela parábola - a possibilidade dela ser mal interpretada. Mas, neste caso, precisamos pensar uma coisa. A má interpretação já é uma experiência. Tem uma propaganda muito interessante que diz: “não há aprendizado sem manchas”. É claro que devemos procurar a qualificação, o aperfeiçoamento, a capacitação, porém, conscientes de que não há evolução sem erro. E todo este processo de má interpretação ou de distúrbio, até mesmo de mau uso das palavras de Jesus, é um processo de valorização da própria verdade. É mais ou menos assim: nós não vamos valorizar o nascer do sol enquanto não passarmos pela madrugada. Deus poderia ter-nos criado anjos ou poderia ter determinado a encarnação de milhões de espíritos puros na Terra. Em trinta anos nosso orbe seria um mundo ditoso. Todavia, não seria uma luz imposta, um progresso forçado? Costumo dizer que só depois que se bebeu muita água impura, muita água suja, começamos a dar valor à água cristalina. Vivemos numa época que pode ser chamada de era da fantasia. As pessoas estão carentes de uma orientação espiritual. Mas elas estão atrás de esoterismo, de exotismos, ou seja, daquilo que é exótico, bizarro. Essa experiência, no entanto, é importante, porque nesses caminhos exóticos muitos exaurem a ânsia de exotismo, e voltam com sede genuína, preparadas para beber da água pura. Acho que este processo de má interpretação pelo qual passou e passa os ensinamentos de Jesus faz parte do nosso aprendizado. Isto nos amadureceu. Como a criança que para aprender a falar com fluência comete inúmeros erros. Verbalizar o evangelho não e fácil. Nós ainda vamos gaguejar muito até conseguir falar com fluência.
Wellerson: Dentre as parábolas de Jesus, na sua opinião, qual é a que mais resume a doutrina do Cristo?
Haroldo: É uma escolha difícil, mas eu apostaria na parábola do Bom Samaritano. Como salientamos em nosso estudo, ela condensa todo o ensino sobre o amor. Não é uma discussão teórica, não é uma tese, é simplesmente a história de alguém que teve a coragem de amar. Esse alguém era considerado um herege, um marginal da sociedade, mas é ele quem toma a iniciativa de socorrer. O outro era um homem caído, sem identificação, abandonado à própria sorte. Os atores principais desta estória são pessoas marginalizadas, consideradas sem valor naquela sociedade, mas são eles que nos transmitem a lição mais bela, a lição do amor, da solidariedade. O amor de Deus utiliza instrumentos inusitados, ele fala por bocas não oficiais, tidas como desqualificadas pelos homens. Nesse caso, ele falou pela boca de um herege samaritano.
Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os nossos internautas?
Haroldo: Como frisamos no estudo, o trabalho interpretativo do Evangelho somente se completa com a vivência. É o que Alcíone nos ensina no livro Renúncia: “O Evangelho é um vasto caminho ascensional cujo termo não atingiremos, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes”. Acredito que vocês estão no caminho certo, como demonstra a escolha do título do jornal. Não vejo outra mensagem mais atual, mais premente do que aquela deixada pelo Mestre: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
Que Jesus nos abençoe!
Wellerson Santos
(Foto: Edson Flávio - Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).
Plenitude

Livro: Plenitude
Divaldo Pereira Franco
Espírito: Joanna de Ângelis
Prosseguindo com a apresentação da Série Psicológica de Joanna de Ângelis através do médium Divaldo Pereira Franco submetemos a apreciação do amigo leitor à obra Plenitude. Neste terceiro livro da Série, Joanna apresenta-nos um estudo aprofundado do sofrimento em suas várias nuanças.
Durante o largo período da História da Humanidade, a visão religiosa e filosófica sobre o sofrimento recebeu valiosas contribuições. Filósofos, escritores e estudiosos pessimistas teimam em afirmar que a vida é sofrimento, o que a Doutrina Espírita discorda. Diversos são os prismas que podemos dar as oportunidades que surgem em nossa caminhada.
Em nossa vida sempre temos duas janelas: a da alegria e a da tristeza, através do nosso livre arbítrio, escolhemos em qual delas desejamos debruçar. Todo fato possui duas vertentes, mas infelizmente, na maioria das vezes, sempre nos dispomos a escolher a vertente negativa. O sofrimento, não é o caminho, é um dos caminhos que nos levam a plenitude. A dor, não é uma punição. Antes, revela-se um excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida. – comenta Joanna.
Segundo a veneranda Mentora, a dor está vinculada à sensibilidade de cada um, o que constituirá para um indivíduo tormentoso sofrimento, a outro não terá nenhuma influência. O fato é que o homem no transcorrer de sua existência tem buscado eliminar de sua vida esse tormento, expurgar a dor, vencer a dificuldade. E muitas vezes, por mais que logre esse intento, não consegue. Imediatistas que somos, interessamo-nos apenas para o hoje sem termos uma visão para o porvir. Não enxergamos o sofrimento como oportunidade de redenção.
Muitos acreditamos, na ignorância que nos compete, que o sofrimento é punição da Divindade, que faz com que cada criatura pague toda a dívida adquirida durante sua larga existência. São as transferências psicológicas que fazemos à Divindade, criando uma idéia antropomórfica, colocando
Entretanto, Joanna de Ângelis através desta obra, vem mostrar-nos de forma clara e objetiva, que o sofrimento resulta do distanciamento do amor, que lhe é o grande antídoto. A história dos mártires – diz Joanna – atesta-nos a legitimidade do conceito. Acima de todos eles, porém, destaca-se o exemplo de Jesus, lecionando, pelo amor, a vitória sobre o sofrimento durante toda a Sua vida, principalmente nos momentos culminantes do Getsêmani ao Gólgota, e daí à ressurreição...
O livro Plenitude apresenta-nos um histórico belíssimo acerca desse tema de grande importância para a nossa vida cotidiana. A Benfeitora Espiritual faz uma análise do porque sofremos, apontando suas origens e causas; elucida sobre os diversos tipos de sofrimentos que existem no orbe terrestre e na vida além-túmulo; oferece-nos recursos na terapia, mostrando-nos a Misericórdia Divina que não desampara a nenhum de seus filhos; liberta e desata a nossa mente para qualquer atavismo, consolando-nos através do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.
No prefácio Joanna de Ângelis diz: Confiamos que o nosso esforço irá contribuir para o esclarecimento dos nossos leitores, induzindo-nos à aquisição da plenitude, em paz e saúde, inteiramente livres do sofrimento, construindo o amor como fonte viva de realização íntima e geral. Fazemos as nossas palavras finais, as palavras de Joanna, esperando que o amigo leitor possa interessar-se no estudo dessa obra, no qual se apresentam requisitos essenciais para que possamos conquistar a nossa Plenitude.
Paz e alegria aos nossos corações!
Wellerson Santos
(Artigo publicado pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).
Mensagem Psicofônica

Queridos filhos do meu coração, nós os cristãos precisamos espalhar a Boa Nova tornando-nos discípulos do Senhor, não apenas através das nossas palavras, mas principalmente através dos nossos atos.
Nós da Espiritualidade estamos felizes pela ocasião do IV Congresso Espírita de Porteirinha tratando acerca deste tema de fundamental importância em nossas vidas: Reencarnação e Vida. A reencarnação é a oportunidade divina de refazimento, é luz, é benção que traduz a misericórdia divina perante os nossos erros e as nossas imperfeições.
Filhos meus, é chegado o momento de realizarmos a nossa reforma intima, é chegado o momento de transformarmos os nossos sentimentos, para que se possa implantar na Terra o Mundo de Regeneração.
A Doutrina Espírita, esta doutrina consoladora, que alarga a nossa mente para a compreensão da vida, oferece-nos um caminho esclarecendo-nos o Evangelho de Jesus, mostrando-nos que este Evangelho é a luz que norteia a nossa estrada.
Amados meus, nesta noite memorável para os nossos espíritos, nós os espíritos espíritas congratulamos e endereçamos aos vossos corações vibrações de paz, de harmonia, de tranqüilidade para que possam sair fortalecidos no amor de Jesus.
Amai, amai sempre. ‘Amai uns aos outros como eu vos amei’ – disse-nos Jesus. Que o amor possa ser a nossa bandeira, que o amor possa ser o nosso lema e que possamos ser hoje melhores do que ontem, e amanhã melhores do que hoje.
Recebam o abraço fraternal do servidor humílimo de Jesus
(Mensagem psicofônica recebida no IV Encontro Espírita de Porteirinha, na noite de 16 de agosto de 2008, pelo médium e orador Wellerson Santos).
Entrevista Manuel Tibúrcio Nogueira
Espiritismo: Uma Proposta de Educação do Espírito
Manuel Tibúrcio Nogueira reside em Ituiutaba, interior de Minas Gerais onde é advogado, mestre e professor de direito civil. Seus pais eram católicos e ele se tornou espírita por influência do seu irmão, chamado Jerônimo que, ainda jovem, conheceu Francisco Cândido Xavier. Jerônimo incentivou-o a conhecer e ler os romances de Emmanuel e a coleção de André Luiz.
Atualmente tem atividades no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, localizado em sua cidade e criado em 1939, onde dirige os trabalhos de desobsessão; comenta os textos de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, além de integrar a Equipe da Peregrinação, cujas atividades são inspiradas naquelas desenvolvidas durante longos anos, em Uberaba, por Chico Xavier.
Por ocasião do IV Congresso Espírita Mineiro, concedeu-me esta entrevista, abordando o tema de sua palestra: Espiritismo - Uma Proposta de Educação do Espírito. Dentre várias colocações nesta temática, o conferencista ressaltou que a Doutrina Espírita no processo de educação do espírito tem significativa contribuição visto que abre as nossas possibilidades de contemplar a vida imortal que possui o espírito. "Após a morte do corpo físico, vamos ajustar contas com a nossa própria consciência. Não tenhamos ilusões”. – alertou o expositor, que há quarenta anos realiza palestras em todo o país.
Wellerson Santos (Wellerson): Por que o Espiritismo é uma proposta de educação do espírito?
Manuel Tibúrcio Nogueira (Manuel): O professor Herculano Pires pontua, com encantadora lucidez, que a humanidade terrestre atravessou milênios vivenciando a era da matéria. Com a Doutrina Espírita passamos a viver na Terra a era do espírito. É o período de despertamento da criatura encarnada, para compreender a realidade que lhe é inerente, a realidade espiritual.
Wellerson:
Manuel: Essa é uma decisão para ser tomada entre eles. De maneira que não gere conflitos, porque se houver fica pior. Caso haja divergência de ponto de vista, que seja decidido em casa, com equilíbrio, sem nenhuma imposição nem de um, nem de outro. A Doutrina Espírita é a doutrina da liberdade, é o objeto de reflexão da questão 841 de O Livro dos Espíritos.
Wellerson: A grande dificuldade hoje enfrentada pela família é de trazer para dentro da Casa Espírita a criança e o adolescente. Como a Doutrina Espírita, sendo uma proposta de educação para o espírito, pode chamar a atenção destes indivíduos para que eles possam ingressar no Movimento?
Manuel: Na verdade, a criança e o adolescente são criaturas reencarnadas. O Chico dizia que devemos deixar o jovem ser ele mesmo. Se forçarmos a barra para que ele seja o que queremos, pode-se criar ensejo de resistência. Convém criar ambiente favorável ao despertamento nele do interesse pelo conhecimento da realidade espiritual que há em cada criatura. É de grande valia que realizemos em casa, pelo menos uma vez por semana, o culto cristão, procurando reunir toda a família.
Wellerson: A Doutrina Espírita no ano de 2007 completou 150 anos e neste período pelo que se tem notícia, o Brasil é o país que mais possui adeptos. Na sua opinião, o Espiritismo vai se expandir e ser disseminado pelo Mundo? Como isto se dará?
Manuel: Tenho ouvido, com atenção e carinho, a Dra. Marlene Rossi Severino Nobre, que é hoje uma das pessoas com mais freqüente atuação no exterior, difundido a Doutrina Espírita. Já ouvi dela que todo espírita, que puder, deve tentar dominar pelo menos uma língua estrangeira, com vistas a se for possível, levar o conhecimento da Doutrina Espírita a outros povos. A questão 798 de O Livro dos Espíritos informa que o Espiritismo se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza. Todavia, ainda dependemos da linguagem articulada para nos comunicarmos. Na palestra de abertura desse 4º Congresso Espírita Mineiro, o Dr. Nestor Masotti, presidente da Federação Espírita Brasileira, nos deu uma informação interessante, a de que nos Congressos Espíritas realizados no estrangeiro, a língua usada é o português brasileiro. Aliás, entendo oportuno lembrar a constatação do espírito Humberto de Campos no sentido de que o Brasil é o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.
Wellerson: Eminentes educadores durante largo período da História afirmaram que só se educa o indivíduo que deseja ser educado. A Doutrina Espírita coaduna com esta afirmativa? Por que?
Manuel: A pessoa aprende quando quer. Podemos e devemos criar oportunidade para que o ser humano venha a se sentir estimulado a conhecer o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, principalmente através de ações. E esse é o grande objetivo: criarmos meios de estimular qualquer pessoa a querer aprender. Os espíritos nos ensinam que a verdade é como o manto de Cristo: não tem costuras e nem remendos. Sempre foi uma só, em todas as épocas da humanidade. Precisamos ir ajustando nossa capacidade de ver para comprendê-la tal qual ela é
Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?
Manuel: A mensagem que deixo para os leitores do jornal Evangelho e Ação, instrumento importante na difusão das idéias espíritas, é a palavra de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier: “que é preciso cristianizar a humanidade é afirmação que não padece dúvidas. Entretanto, cristianizar com a Doutrina Espírita é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, a fim de que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação”.
Wellerson Santos
(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).
Palestra: Nos Domínios da Mediunidade
Data: 01/06/08
Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus
Orador: Wellerson Santos
O Homem Integral
Qualquer dicionário da Língua Portuguesa vai definir o homem como sendo qualquer indivíduo pertencente à espécie animal e que apresenta um maior de grau de complexidade na escala evolutiva. O homem é um animal racional, moral e social que ocupa o primeiro lugar na escala zoológica. “A sua vida é resultado de bilhões de anos de transformações celulares, sob o comando do Espírito, que elaborou equipamentos orgânicos e psíquicos para as respostas evolutivas que a futura perfeição lhe exige” – diz Joanna de Ângelis.
Palestra: Reencarnação e Família
Data: 16/08/08
Local: Centro de Convenções - Porteirinha - MG
Orador: Wellerson Santos
Entrevista: Gilson Teixeira Freire
Educação dos Sentimentos: Vivência do Amor
Educação dos Sentimentos – Vivência do Amor foi o tema abordado por Gilson Teixeira Freire no IV Congresso Espírita Mineiro, que esclareceu e comoveu a todos os presentes. Gilson lembrou que o homem não é dono do que usufrui em sua existência, ou seja, que as coisas materiais são empréstimos que recebemos do Alto para podermos atuar na Terra em busca da evangelização, pois "só possuímos o imponderável, que sobrevive após a morte do corpo".
“Fui criado dentro da doutrina, em Lavras, MG, e com cerca de doze anos eu já tinha lido O Livro dos Espíritos, freqüentava estudos evangélicos de pré-mocidade e mocidade. De modo que sou imensamente grato à vida pela benção de militar na doutrina desde a mais tenra idade” – disse ele.
Atualmente Gilson Freire faz parte do Grupo de Fraternidade Espírita Irmão Vitor, que fica
Até o presente momento Gilson Freire já psicografou duas obras notáveis: Ícaro Redimido e Tabernáculo Eterno, ambas ditadas pelo espírito Adamastor. É ainda de sua autoria o livro Arquitetura Cósmica.
Apresentamos ao caro leitor o resultado do nosso trabalho, e esperamos poder usufruir dele, tirando daí profundos esclarecimentos.
Wellerson Santos (Wellerson): O amor é o sentimento por excelência. Mas ainda é um sentimento incompreendido por muitos. Como diferenciar o amor da paixão?
Gilson Teixeira Freire (Gilson): Realmente o amor é o cimento do Universo. É o sentimento que o Criador dotou a criação na sua máxima expressão. Sem o amor não há evolução, sem o amor não se faz perfeição. A paixão, embora vista por muitos como um sentimento até certo ponto positivo, consiste numa alteração do amor verdadeiro. O amor verdadeiro não exige, o amor verdadeiro doa, a paixão, pelo contrário, exige. Além disso, a paixão impõe sofrimento e martírio. Portanto, a paixão é um amor perturbado.
Wellerson: A proposta triangular de Jesus é uma das mais belas que existe em toda a História da Humanidade: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.” Para amarmos a Deus e ao nosso próximo é imprescindível amarmos a nós mesmos. Como identificar a linha limítrofe que existe entre o auto-amor e o egoísmo?
Gilson: Este é um assunto complexo. Somos obras divinas, cada um de nós fomos criados como Filhos de Deus, portanto somos sagrados. E como tal devemos amar a nós mesmos. O grande segredo entre o limite ao amor a si mesmo e ao outro reside na igualdade. O princípio evangélico, enunciado como a maior de todas as leis, pede-nos uma perfeita igualdade: amarmos ao outro como amamos a nós mesmos. Portanto, nos colocamos numa situação de equilíbrio perfeito. Com facilidade, amamo-nos muito mais do que ao outro, porém, muitas vezes também nos denegrimos, nos rebaixamos, nos diminuímos, como se isso fosse uma virtude evangélica. Jesus nos pediu a igualdade, onde exatamente está o equilíbrio da Lei. De fato precisamos do nosso amor próprio, o que poderíamos chamar de autocentrismo, de uma parcela de concentração de interesses em nós, ao invés de egocentrismo, deturpando-se a idéia. Necessitamos desse autocentrismo para nos construir, segundo os princípios divinos. Reconhecemos ser difícil, mas devemos nos esforçar para exercer os dois amores, a nós e ao outro, em todos os instantes da nossa vida, se queremos ser felizes e perfeitos como Deus nos criou.
Wellerson: O senhor acredita que a dor é necessária para que venhamos a educar os nossos sentimentos?
Gilson: Na pedagogia divina não existem a dor e o sofrimento como recursos didáticos, seria um tanto quanto inadequado imputarmos ao Criador esses veículos educativos, adotando-os como meios naturais. Acreditamos, com sinceridade, que a dor se torna uma necessidade educativa quando o espírito se desvia do correto caminho. Portanto, a dor é uma resposta a uma adulteração da Lei de Deus. Aí, sim, ela se torna um recurso de correção indispensável para que o ser se restabeleça ante essa Lei.
Wellerson: Quais são os métodos para que façamos esta educação?
Gilson: A educação do espírito no nível humano, infelizmente, exige a coibição, o cerceamento e a limitação, porque o ser traz tendências de revoltas que arquivou de suas vidas pretéritas, caracterizando o “homem velho”. Assim, habituado à rebeldia e à maldade pelos hábitos do passado, ele nega a Lei de amor proposta pelo nosso Pai. Como se pode observar, via de regra, ele traz essa mórbida disposição a ser mau, antes que bom; antes de desejar o bem ao outro, ele prioriza o bem de si mesmo. Então ele se faz egoísta e pratica iniqüidades, constrange e impõe sofrimentos ao outro. A Lei lhe devolve esse constrangimento e essa dor, para que ele experimente em si mesmo o que provoca no outro. Portanto, a dor, desse ponto de vista, é necessária. Entendemos, no entanto, que ela existe para nos ensinar a não semearmos as suas causas. O segredo da felicidade e da plena realização do espírito consiste em viver de acordo com a Lei de Deus, fazendo o máximo possível para lê-la, pois ela está inscrita na nossa consciência e nos fala a todo instante como devemos agir. Se dermos mais atenção à voz divina que fala em nós através da consciência, seremos capazes de caminhar sempre por estradas condizentes, condignas com a ventura máxima que todos almejamos. Nascemos condenados à felicidade, essa é a Lei, e ainda que por meio da dor e da privação, nós a alcançaremos, pois é o nosso inexorável destino. Embora erremos e soframos, por termos o livre-arbítrio, Deus nos orienta sempre na conquista dessa felicidade. Então, se sofremos devemos imputar isso a nós mesmos.
Wellerson: Como fazer para vivenciar o amor em sua forma plena em uma sociedade materialista, tão violenta, cheia ainda de discriminação e diferenças sociais como a nossa?
Gilson: Todos sabemos, o difícil é praticar. As lições do Evangelho já estão ativas na nossa memória espiritual há muitos séculos. De modo que ninguém ignora, no nível espiritual em que nos encontramos, que a vivência real do amor é uma premente necessidade evolutiva. Mas isso para nós ainda é uma questão teórica, pois na prática ainda agimos por impulsos automáticos, em decorrência das nossas experiências de vida não terem se apoiado em um verdadeiro exercício de amor. Contudo, à medida que nos esforçarmos, inibindo esses impulsos egocêntricos e inadequados, chegará o instante que o amor será exercido como ato automático. Então não haverá mais maldade em nós e nos expressaremos de forma espontânea, sem esforço, como seres amorosos. Isso, porém, ainda demandará tempo, aliás, é um dos motivos do nosso sofrimento, pois queremos ser bons, mas não conseguimos, por portarmos ainda o automatismo dos instintos animalizados. O bem que eu quero, como dizia Paulo de Tarso, eu não faço, porque a maldade é que está automatizada
Wellerson: Haveria em nossa existência várias nuanças do amor? Quais seriam elas?
Gilson: Com certeza, o amor se expressa na natureza divina em diversas nuanças. Por exemplo: quando as partículas atômicas se atraem, elas estão exercitando o amor. As ondas, quando se sintonizam e ressoam, também estão praticando o amor nas suas essências primárias. A fêmea, ao alimentar o seu filhote, ou o macho, ao protegê-lo, estão ensaiando as primeiras letras do alfabeto do amor. O instinto sexual é igualmente uma manifestação rudimentar do amor angelical. Ao propiciar a união do homem e da mulher ele predispôs a formação do lar e da família, onde se exercita na consangüinidade, o amor humanitário. São expressões progressivas do amor que vão se dilatando, aquilatando-se e se transmutando através do tempo, no laboratório da vida, até que a evolução nos levará a atingir a máxima expressão do amor: doar a nossa vida em favor do outro.
Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?
Gilson: Experimentemos amar um pouco mais todos os dias, em pequenas e progressivas doses, até onde possível, para que paulatinamente esse amor venha se dilatar e tomar conta de nossas ações, sentimentos e pensamentos, para que possamos verdadeiramente viver felizes, pois a felicidade só é possível quando aprendemos a amar.
Wellerson Santos
(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)
Palestra: Espiritismo - Amor e Educação
Data: 21/09/08
Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus
Orador: Wellerson Santos
Entrevista Richard Simonetti
Wellerson Santos (Wellerson): Emmanuel nos diz que a família é o cadinho do lar, onde temos nossos principais resgates. Porém, muitas vezes, nem todos os familiares esforçam-se para uma convivência harmoniosa em busca da reforma íntima. Podemos dizer que esses influenciam negativamente aqueles que se esforçam?
Richard Simonetti (Richard): Mahatma Gandhi, o grande líder espiritual indiano, dizia que um homem que consiga realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Não se espera tanto no lar. Um bocadinho de amor apenas e operaremos prodígios de harmonização, neutralizando vibrações negativas de familiares rabugentos.
Wellerson: Os problemas, as dificuldades, os sofrimentos que constituem o resgate de um grupo familiar podem ser considerados uma prova coletiva?
Richard: Sim, quando independam do comportamento de seus integrantes. Um terremoto que destrói a casa, por exemplo. Forçoso reconhecer, entretanto, que tais males, em sua esmagadora maioria, decorrem muito mais das impertinências e indisciplinas dos que vivem sob o mesmo teto.
Wellerson: O espírita que vive em um lar que tem adeptos de outras religiões muitas vezes é reprimido pela maioria. Tem ele uma missão a cumprir, já que tem o conhecimento dos ensinamentos espirituais? Como conviver com isso sem entrar em conflitos com outros?
Richard: Facílimo! Basta agir como legítimo adepto do Espiritismo. Que seja tão bom, tão empenhado em vivenciar os princípios cristãos, a base do comportamento espírita, que os familiares acabarão por reconhecer que o Espiritismo é uma maravilha! Domou a fera! Fez dele uma pessoa de edificante convivência.
Wellerson: Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, afirma que todos somos médiuns em diferentes graus. Quando falamos em mediunidade imaginamos logo a psicografia, psicofonia, vidência, audiência e nos esquecemos da intuição. Como compreender a mediunidade em nossas vidas?
Richard: A mediunidade é o sexto-sentido, que nos coloca em contato com o mundo espiritual, assim como o tato, o olfato, a audição, a visão e o paladar nos colocam em contato com o mundo físico. Turbilhões de pensamentos que nos assaltam vêm do mundo espiritual, pelos condutos da intuição, mecanismo elementar da mediunidade. Por oportuno, parafraseando René Descartes (penso, logo existo): pensamentos bailam em meu cérebro independentemente de minha vontade, logo existem Espíritos a comunicar-se comigo.
Wellerson: A Doutrina Espírita não é proselitista. Em virtude disso, muitos espíritas de forma errônea omitem-se de expor as suas convicções diante dos fatos que repercutem na opinião pública, como muitas religiões o fazem. Diante de tantas crueldades que estamos vivenciando, o Senado cogita a idéia de um projeto de lei para aprovar penas mais severas, como a pena de morte e a prisão perpétua, e também discute a liberação do aborto. Sem cairmos no proselitismo, qual seria o papel do espírita nesse processo?
Richard: Kardec era contrário à idéia de tentar convencer os que não estão interessados em Doutrina Espírita, como fazem representantes de seitas que batem à nossa porta e pretendem enfiar-nos goela abaixo fantasias apocalípticas, mas em nenhum momento disse que não devemos fazer proselitismo. O que seria do Espiritismo sem espíritas? Quem se converteu senão por informações sobre a Doutrina, veiculadas pela mídia ou por contatos pessoais? Nosso papel, no processo em curso, é botar a boca no trombone, participar das discussões na mídia, emitindo a opinião espírita sobre problemas da atualidade, a enriquecer o debate.
Wellerson: Qual a mensagem que você deixa para os internautas?
Richard: Nunca seremos suficientemente gratos a Deus pela bênção da Doutrina Espírita, que nos permite caminhar de olhos abertos, com plena consciência dos objetivos da jornada humana. Não obstante, forçoso recordar a advertência de Jesus: Muito será pedido àquele que muito recebeu. Uma boa pergunta, que deveríamos formular a nós mesmos, diariamente: Estou correspondendo às expectativas divinas, lutando por domar minhas paixões, como destaca Kardec, ou continuo recalcitrante, como um jegue empacado?