Mensagem Psicofônica



MENSAGEM

Nesta noite, meus queridos filhos, desejamos falar aos vossos corações dizendo-lhes que quando no Mundo, a violência graceja, a drogadição invade corações e mentes, a sexolatria domina, traz Jesus de volta ao seu coração. Deixai brilhar esta luz candente que há dois mil anos esteve em nossos meios trazendo-nos o Evangelho Redivivo.
Queridos filhos do meu coração, nós os cristãos precisamos espalhar a Boa Nova tornando-nos discípulos do Senhor, não apenas através das nossas palavras, mas principalmente através dos nossos atos.
Nós da Espiritualidade estamos felizes pela ocasião do IV Congresso Espírita de Porteirinha tratando acerca deste tema de fundamental importância em nossas vidas: Reencarnação e Vida. A reencarnação é a oportunidade divina de refazimento, é luz, é benção que traduz a misericórdia divina perante os nossos erros e as nossas imperfeições.
Filhos meus, é chegado o momento de realizarmos a nossa reforma intima, é chegado o momento de transformarmos os nossos sentimentos, para que se possa implantar na Terra o Mundo de Regeneração.
A Doutrina Espírita, esta doutrina consoladora, que alarga a nossa mente para a compreensão da vida, oferece-nos um caminho esclarecendo-nos o Evangelho de Jesus, mostrando-nos que este Evangelho é a luz que norteia a nossa estrada.
Amados meus, nesta noite memorável para os nossos espíritos, nós os espíritos espíritas congratulamos e endereçamos aos vossos corações vibrações de paz, de harmonia, de tranqüilidade para que possam sair fortalecidos no amor de Jesus.
Amai, amai sempre. ‘Amai uns aos outros como eu vos amei’ – disse-nos Jesus. Que o amor possa ser a nossa bandeira, que o amor possa ser o nosso lema e que possamos ser hoje melhores do que ontem, e amanhã melhores do que hoje.
Recebam o abraço fraternal do servidor humílimo de Jesus

Bezerra de Menezes

(Mensagem psicofônica recebida no IV Encontro Espírita de Porteirinha, na noite de 16 de agosto de 2008, pelo médium e orador Wellerson Santos).

Entrevista Manuel Tibúrcio Nogueira


Espiritismo: Uma Proposta de Educação do Espírito


Manuel Tibúrcio Nogueira reside em Ituiutaba, interior de Minas Gerais onde é advogado, mestre e professor de direito civil. Seus pais eram católicos e ele se tornou espírita por influência do seu irmão, chamado Jerônimo que, ainda jovem, conheceu Francisco Cândido Xavier. Jerônimo incentivou-o a conhecer e ler os romances de Emmanuel e a coleção de André Luiz.


Atualmente tem atividades no Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, localizado em sua cidade e criado em 1939, onde dirige os trabalhos de desobsessão; comenta os textos de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, além de integrar a Equipe da Peregrinação, cujas atividades são inspiradas naquelas desenvolvidas durante longos anos, em Uberaba, por Chico Xavier.


Por ocasião do IV Congresso Espírita Mineiro, concedeu-me esta entrevista, abordando o tema de sua palestra: Espiritismo - Uma Proposta de Educação do Espírito. Dentre várias colocações nesta temática, o conferencista ressaltou que a Doutrina Espírita no processo de educação do espírito tem significativa contribuição visto que abre as nossas possibilidades de contemplar a vida imortal que possui o espírito. "Após a morte do corpo físico, vamos ajustar contas com a nossa própria consciência. Não tenhamos ilusões”. – alertou o expositor, que há quarenta anos realiza palestras em todo o país.


Wellerson Santos (Wellerson): Por que o Espiritismo é uma proposta de educação do espírito?

Manuel Tibúrcio Nogueira (Manuel): O professor Herculano Pires pontua, com encantadora lucidez, que a humanidade terrestre atravessou milênios vivenciando a era da matéria. Com a Doutrina Espírita passamos a viver na Terra a era do espírito. É o período de despertamento da criatura encarnada, para compreender a realidade que lhe é inerente, a realidade espiritual.


Wellerson: Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos, que a educação moral deve ser dada principalmente no lar, cabe aos pais direcionar seus filhos nesse processo. Porém, existem famílias em que os pais não são profitentes da mesma religião. Nesse caso, como eles deverão agir com seus filhos?

Manuel: Essa é uma decisão para ser tomada entre eles. De maneira que não gere conflitos, porque se houver fica pior. Caso haja divergência de ponto de vista, que seja decidido em casa, com equilíbrio, sem nenhuma imposição nem de um, nem de outro. A Doutrina Espírita é a doutrina da liberdade, é o objeto de reflexão da questão 841 de O Livro dos Espíritos.


Wellerson: A grande dificuldade hoje enfrentada pela família é de trazer para dentro da Casa Espírita a criança e o adolescente. Como a Doutrina Espírita, sendo uma proposta de educação para o espírito, pode chamar a atenção destes indivíduos para que eles possam ingressar no Movimento?

Manuel: Na verdade, a criança e o adolescente são criaturas reencarnadas. O Chico dizia que devemos deixar o jovem ser ele mesmo. Se forçarmos a barra para que ele seja o que queremos, pode-se criar ensejo de resistência. Convém criar ambiente favorável ao despertamento nele do interesse pelo conhecimento da realidade espiritual que há em cada criatura. É de grande valia que realizemos em casa, pelo menos uma vez por semana, o culto cristão, procurando reunir toda a família.


Wellerson: A Doutrina Espírita no ano de 2007 completou 150 anos e neste período pelo que se tem notícia, o Brasil é o país que mais possui adeptos. Na sua opinião, o Espiritismo vai se expandir e ser disseminado pelo Mundo? Como isto se dará?

Manuel: Tenho ouvido, com atenção e carinho, a Dra. Marlene Rossi Severino Nobre, que é hoje uma das pessoas com mais freqüente atuação no exterior, difundido a Doutrina Espírita. Já ouvi dela que todo espírita, que puder, deve tentar dominar pelo menos uma língua estrangeira, com vistas a se for possível, levar o conhecimento da Doutrina Espírita a outros povos. A questão 798 de O Livro dos Espíritos informa que o Espiritismo se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza. Todavia, ainda dependemos da linguagem articulada para nos comunicarmos. Na palestra de abertura desse 4º Congresso Espírita Mineiro, o Dr. Nestor Masotti, presidente da Federação Espírita Brasileira, nos deu uma informação interessante, a de que nos Congressos Espíritas realizados no estrangeiro, a língua usada é o português brasileiro. Aliás, entendo oportuno lembrar a constatação do espírito Humberto de Campos no sentido de que o Brasil é o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.


Wellerson: Eminentes educadores durante largo período da História afirmaram que só se educa o indivíduo que deseja ser educado. A Doutrina Espírita coaduna com esta afirmativa? Por que?

Manuel: A pessoa aprende quando quer. Podemos e devemos criar oportunidade para que o ser humano venha a se sentir estimulado a conhecer o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, principalmente através de ações. E esse é o grande objetivo: criarmos meios de estimular qualquer pessoa a querer aprender. Os espíritos nos ensinam que a verdade é como o manto de Cristo: não tem costuras e nem remendos. Sempre foi uma só, em todas as épocas da humanidade. Precisamos ir ajustando nossa capacidade de ver para comprendê-la tal qual ela é em plenitude. E isso não se faz num dia, num século, num milênio. O que necessitamos é agir todos os dias, todas as horas, no esforço de conhecermos a verdade.


Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?

Manuel: A mensagem que deixo para os leitores do jornal Evangelho e Ação, instrumento importante na difusão das idéias espíritas, é a palavra de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier: “que é preciso cristianizar a humanidade é afirmação que não padece dúvidas. Entretanto, cristianizar com a Doutrina Espírita é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, a fim de que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação”.


Wellerson Santos


(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).




Palestra: Nos Domínios da Mediunidade

Palestra: Nos Dominíos da Mediunidade
Data: 01/06/08
Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus
Orador: Wellerson Santos


O Homem Integral

Livro: O Homem Integral
Divaldo Pereira Franco
Espírito: Joanna de Ângelis

O Homem Integral é o segundo livro da Série Psicológica de Joanna de Ângelis através do médium Divaldo Pereira Franco. Nesta obra, a sublime Mentora faz um estudo dos diversos fatores de perturbação psicológica, procurando oferecer terapias de fácil aplicação, fundamentadas na análise do homem à luz do Evangelho e do Espiritismo.

Qualquer dicionário da Língua Portuguesa vai definir o homem como sendo qualquer indivíduo pertencente à espécie animal e que apresenta um maior de grau de complexidade na escala evolutiva. O homem é um animal racional, moral e social que ocupa o primeiro lugar na escala zoológica. “A sua vida é resultado de bilhões de anos de transformações celulares, sob o comando do Espírito, que elaborou equipamentos orgânicos e psíquicos para as respostas evolutivas que a futura perfeição lhe exige” – diz Joanna de Ângelis.
No entanto, embora as notáveis conquistas da Ciência, da tecnologia, da informática, o indivíduo desumaniza-se, entregando-se aos desvarios do sexo, das drogas e dos vícios. Deseja possuir, dominar e gozar por um momento e não consegue enxergar o futuro que se descortina mais à frente. Somente através do trabalho, lei divina e natural, despertamos os valores que se encontram latentes em nosso ser, pois que os valores da nossa sociedade são transitórios e é imprescindível que valorizemos o que é real e permanente em nossa vida: os valores do espírito.
Jesus, superando todos os limites do conhecimento, fez-se o biótipo do Homem Integral, por haver desenvolvido todas as aptidões herdadas de Deus, na condição de ser mais perfeito de que se tem notícia. Toda a Sua vida é modelar, tornando-se o exemplo a ser seguido, para o logro da plenitude, de quem deseja libertação real – assevera a Mentora.
O Espiritismo, por sua vez, como doutrina consoladora enviada por Jesus, reúne diversas correntes de pensamento psicológico estudando o homem na sua condição de Espírito eterno, tendo como base princípios racionais: imortalidade da alma, reencarnação, pluralidade das existências, pluralidade dos mundos habitados, lei de causa e efeito e outros.
Joanna, porém, nos diz que depois da grande noite que constringe, há o início de uma alvorada que surge. O homem solidário, jamais se encontra solitário.
No transcorrer da obra, o espírito venerando vai trazendo inúmeros conceitos que nos incitam a caminhar rumo a Luz. Fala-nos a respeito dos fatores que nos levam a perturbação física, moral e espiritual; mostra-nos os estranhos rumos pelos quais a criatura humana tem andado e quais são os seguros roteiros a serem seguidos; esclarece a diferença de religião e religiosidade e os seus significados em nossa vida; pontua o homem em sua busca pelo êxito; orienta quanto a causa das doenças físicas e mentais; explica a maturidade psicológica mostrando-nos a diferença entre ter e ser; aclara nosso caminho para a busca da plenificação interior, e desta forma, Ela culmina a obra, elucidando sobre o homem perante a sua consciência e o futuro que lhe aguarda.
Espero que o caro leitor possa interessar-se no estudo desse livro, rico em ensinamentos e pródigo de informações importantíssimas para o nosso bem viver. Buscar a leitura de O Homem Integral é acender pequena chama em nosso coração, desanuviando nossas mentes de muitos atavismos e dogmas, auxiliando-nos em nossa renovação e na aquisição de saúde psicológica.
Paz e alegria aos nossos corações!
Wellerson Santos
(Artigo publicado no jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)

Palestra: Reencarnação e Família

Tema: Reencarnação e Família
Data: 16/08/08
Local: Centro de Convenções - Porteirinha - MG
Orador: Wellerson Santos



Entrevista: Gilson Teixeira Freire




Educação dos Sentimentos: Vivência do Amor


Educação dos Sentimentos – Vivência do Amor foi o tema abordado por Gilson Teixeira Freire no IV Congresso Espírita Mineiro, que esclareceu e comoveu a todos os presentes. Gilson lembrou que o homem não é dono do que usufrui em sua existência, ou seja, que as coisas materiais são empréstimos que recebemos do Alto para podermos atuar na Terra em busca da evangelização, pois "só possuímos o imponderável, que sobrevive após a morte do corpo".


“Fui criado dentro da doutrina, em Lavras, MG, e com cerca de doze anos eu já tinha lido O Livro dos Espíritos, freqüentava estudos evangélicos de pré-mocidade e mocidade. De modo que sou imensamente grato à vida pela benção de militar na doutrina desde a mais tenra idade”disse ele.


Atualmente Gilson Freire faz parte do Grupo de Fraternidade Espírita Irmão Vitor, que fica em Belo Horizonte, MG, no bairro Padre Eustáquio. Ele trabalha ativamente na psicografia espírita desde 1980, quando iniciou nessa tarefa com orientações espirituais e mensagens, e a partir de 1997, com a psicografia de obras espíritas.


Até o presente momento Gilson Freire já psicografou duas obras notáveis: Ícaro Redimido e Tabernáculo Eterno, ambas ditadas pelo espírito Adamastor. É ainda de sua autoria o livro Arquitetura Cósmica.


Apresentamos ao caro leitor o resultado do nosso trabalho, e esperamos poder usufruir dele, tirando daí profundos esclarecimentos.





Wellerson Santos (Wellerson): O amor é o sentimento por excelência. Mas ainda é um sentimento incompreendido por muitos. Como diferenciar o amor da paixão?

Gilson Teixeira Freire (Gilson): Realmente o amor é o cimento do Universo. É o sentimento que o Criador dotou a criação na sua máxima expressão. Sem o amor não há evolução, sem o amor não se faz perfeição. A paixão, embora vista por muitos como um sentimento até certo ponto positivo, consiste numa alteração do amor verdadeiro. O amor verdadeiro não exige, o amor verdadeiro doa, a paixão, pelo contrário, exige. Além disso, a paixão impõe sofrimento e martírio. Portanto, a paixão é um amor perturbado.


Wellerson: A proposta triangular de Jesus é uma das mais belas que existe em toda a História da Humanidade: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.” Para amarmos a Deus e ao nosso próximo é imprescindível amarmos a nós mesmos. Como identificar a linha limítrofe que existe entre o auto-amor e o egoísmo?

Gilson: Este é um assunto complexo. Somos obras divinas, cada um de nós fomos criados como Filhos de Deus, portanto somos sagrados. E como tal devemos amar a nós mesmos. O grande segredo entre o limite ao amor a si mesmo e ao outro reside na igualdade. O princípio evangélico, enunciado como a maior de todas as leis, pede-nos uma perfeita igualdade: amarmos ao outro como amamos a nós mesmos. Portanto, nos colocamos numa situação de equilíbrio perfeito. Com facilidade, amamo-nos muito mais do que ao outro, porém, muitas vezes também nos denegrimos, nos rebaixamos, nos diminuímos, como se isso fosse uma virtude evangélica. Jesus nos pediu a igualdade, onde exatamente está o equilíbrio da Lei. De fato precisamos do nosso amor próprio, o que poderíamos chamar de autocentrismo, de uma parcela de concentração de interesses em nós, ao invés de egocentrismo, deturpando-se a idéia. Necessitamos desse autocentrismo para nos construir, segundo os princípios divinos. Reconhecemos ser difícil, mas devemos nos esforçar para exercer os dois amores, a nós e ao outro, em todos os instantes da nossa vida, se queremos ser felizes e perfeitos como Deus nos criou.


Wellerson: O senhor acredita que a dor é necessária para que venhamos a educar os nossos sentimentos?

Gilson: Na pedagogia divina não existem a dor e o sofrimento como recursos didáticos, seria um tanto quanto inadequado imputarmos ao Criador esses veículos educativos, adotando-os como meios naturais. Acreditamos, com sinceridade, que a dor se torna uma necessidade educativa quando o espírito se desvia do correto caminho. Portanto, a dor é uma resposta a uma adulteração da Lei de Deus. Aí, sim, ela se torna um recurso de correção indispensável para que o ser se restabeleça ante essa Lei.


Wellerson: Quais são os métodos para que façamos esta educação?

Gilson: A educação do espírito no nível humano, infelizmente, exige a coibição, o cerceamento e a limitação, porque o ser traz tendências de revoltas que arquivou de suas vidas pretéritas, caracterizando o “homem velho”. Assim, habituado à rebeldia e à maldade pelos hábitos do passado, ele nega a Lei de amor proposta pelo nosso Pai. Como se pode observar, via de regra, ele traz essa mórbida disposição a ser mau, antes que bom; antes de desejar o bem ao outro, ele prioriza o bem de si mesmo. Então ele se faz egoísta e pratica iniqüidades, constrange e impõe sofrimentos ao outro. A Lei lhe devolve esse constrangimento e essa dor, para que ele experimente em si mesmo o que provoca no outro. Portanto, a dor, desse ponto de vista, é necessária. Entendemos, no entanto, que ela existe para nos ensinar a não semearmos as suas causas. O segredo da felicidade e da plena realização do espírito consiste em viver de acordo com a Lei de Deus, fazendo o máximo possível para lê-la, pois ela está inscrita na nossa consciência e nos fala a todo instante como devemos agir. Se dermos mais atenção à voz divina que fala em nós através da consciência, seremos capazes de caminhar sempre por estradas condizentes, condignas com a ventura máxima que todos almejamos. Nascemos condenados à felicidade, essa é a Lei, e ainda que por meio da dor e da privação, nós a alcançaremos, pois é o nosso inexorável destino. Embora erremos e soframos, por termos o livre-arbítrio, Deus nos orienta sempre na conquista dessa felicidade. Então, se sofremos devemos imputar isso a nós mesmos.


Wellerson: Como fazer para vivenciar o amor em sua forma plena em uma sociedade materialista, tão violenta, cheia ainda de discriminação e diferenças sociais como a nossa?

Gilson: Todos sabemos, o difícil é praticar. As lições do Evangelho já estão ativas na nossa memória espiritual há muitos séculos. De modo que ninguém ignora, no nível espiritual em que nos encontramos, que a vivência real do amor é uma premente necessidade evolutiva. Mas isso para nós ainda é uma questão teórica, pois na prática ainda agimos por impulsos automáticos, em decorrência das nossas experiências de vida não terem se apoiado em um verdadeiro exercício de amor. Contudo, à medida que nos esforçarmos, inibindo esses impulsos egocêntricos e inadequados, chegará o instante que o amor será exercido como ato automático. Então não haverá mais maldade em nós e nos expressaremos de forma espontânea, sem esforço, como seres amorosos. Isso, porém, ainda demandará tempo, aliás, é um dos motivos do nosso sofrimento, pois queremos ser bons, mas não conseguimos, por portarmos ainda o automatismo dos instintos animalizados. O bem que eu quero, como dizia Paulo de Tarso, eu não faço, porque a maldade é que está automatizada em mim. Então o mal se expressa de forma muito mais facilitada do que o amor. O amor exige sacrifício. Contudo, isso em breve será modificado pela evolução, pelo trabalho constante de vigilância e mais tarde, sem esforço, iremos executar somente o bem. Não devemos sofrer por não conseguirmos realizar esse amor evangélico de uma hora para outra, pois é impossível, mas vamos nos esforçar cada dia um pouco até que se torne realidade. Se não conseguimos verdadeiramente amar os nossos inimigos, como nos pediu o Cristo, pelo menos vamos fazer de tudo para não odiá-los e já será um passo. Se não damos conta de abrir mão do muito que temos em favor dos necessitados, vamos tratar de doar o que nos sobra, ao menos. Se não conseguimos ser verdadeiramente bons, vamos tratar de ser o mais correto possíveis, o mais honestos de que somos capazes. Assim estaremos nos aproximando cada vez mais da ética do verdadeiro amor, da essência do amor, só possível aos homens santos. E nós ainda não somos santos.


Wellerson: Haveria em nossa existência várias nuanças do amor? Quais seriam elas?

Gilson: Com certeza, o amor se expressa na natureza divina em diversas nuanças. Por exemplo: quando as partículas atômicas se atraem, elas estão exercitando o amor. As ondas, quando se sintonizam e ressoam, também estão praticando o amor nas suas essências primárias. A fêmea, ao alimentar o seu filhote, ou o macho, ao protegê-lo, estão ensaiando as primeiras letras do alfabeto do amor. O instinto sexual é igualmente uma manifestação rudimentar do amor angelical. Ao propiciar a união do homem e da mulher ele predispôs a formação do lar e da família, onde se exercita na consangüinidade, o amor humanitário. São expressões progressivas do amor que vão se dilatando, aquilatando-se e se transmutando através do tempo, no laboratório da vida, até que a evolução nos levará a atingir a máxima expressão do amor: doar a nossa vida em favor do outro.


Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?

Gilson: Experimentemos amar um pouco mais todos os dias, em pequenas e progressivas doses, até onde possível, para que paulatinamente esse amor venha se dilatar e tomar conta de nossas ações, sentimentos e pensamentos, para que possamos verdadeiramente viver felizes, pois a felicidade só é possível quando aprendemos a amar.


Wellerson Santos


(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)