Palestra: Espiritismo - Amor e Educação

Tema: Espiritismo - Amor e Educação
Data: 21/09/08

Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus

Orador: Wellerson Santos


Entrevista Richard Simonetti



Assuntos Diversos


Foi com grande alegria, que mais uma vez, a Fraternidade Espírita Irmão Glacus recebeu Richard Simonetti, orador e escritor espírita. Tendo escrito vários livros, ele nos brindou com uma palestra falando-nos a respeito do tema: Obsessão e Cura. Na oportunidade, entrevistamo-lo. Apresentamos ao caro internauta o resultado do trabalho.

Wellerson Santos (Wellerson): Emmanuel nos diz que a família é o cadinho do lar, onde temos nossos principais resgates. Porém, muitas vezes, nem todos os familiares esforçam-se para uma convivência harmoniosa em busca da reforma íntima. Podemos dizer que esses influenciam negativamente aqueles que se esforçam?
Richard Simonetti (Richard): Mahatma Gandhi, o grande líder espiritual indiano, dizia que um homem que consiga realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Não se espera tanto no lar. Um bocadinho de amor apenas e operaremos prodígios de harmonização, neutralizando vibrações negativas de familiares rabugentos.

Wellerson: Os problemas, as dificuldades, os sofrimentos que constituem o resgate de um grupo familiar podem ser considerados uma prova coletiva?
Richard: Sim, quando independam do comportamento de seus integrantes. Um terremoto que destrói a casa, por exemplo. Forçoso reconhecer, entretanto, que tais males, em sua esmagadora maioria, decorrem muito mais das impertinências e indisciplinas dos que vivem sob o mesmo teto.

Wellerson: O espírita que vive em um lar que tem adeptos de outras religiões muitas vezes é reprimido pela maioria. Tem ele uma missão a cumprir, já que tem o conhecimento dos ensinamentos espirituais? Como conviver com isso sem entrar em conflitos com outros?
Richard: Facílimo! Basta agir como legítimo adepto do Espiritismo. Que seja tão bom, tão empenhado em vivenciar os princípios cristãos, a base do comportamento espírita, que os familiares acabarão por reconhecer que o Espiritismo é uma maravilha! Domou a fera! Fez dele uma pessoa de edificante convivência.

Wellerson: Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, afirma que todos somos médiuns em diferentes graus. Quando falamos em mediunidade imaginamos logo a psicografia, psicofonia, vidência, audiência e nos esquecemos da intuição. Como compreender a mediunidade em nossas vidas?
Richard: A mediunidade é o sexto-sentido, que nos coloca em contato com o mundo espiritual, assim como o tato, o olfato, a audição, a visão e o paladar nos colocam em contato com o mundo físico. Turbilhões de pensamentos que nos assaltam vêm do mundo espiritual, pelos condutos da intuição, mecanismo elementar da mediunidade. Por oportuno, parafraseando René Descartes (penso, logo existo): pensamentos bailam em meu cérebro independentemente de minha vontade, logo existem Espíritos a comunicar-se comigo.

Wellerson: A Doutrina Espírita não é proselitista. Em virtude disso, muitos espíritas de forma errônea omitem-se de expor as suas convicções diante dos fatos que repercutem na opinião pública, como muitas religiões o fazem. Diante de tantas crueldades que estamos vivenciando, o Senado cogita a idéia de um projeto de lei para aprovar penas mais severas, como a pena de morte e a prisão perpétua, e também discute a liberação do aborto. Sem cairmos no proselitismo, qual seria o papel do espírita nesse processo?
Richard: Kardec era contrário à idéia de tentar convencer os que não estão interessados em Doutrina Espírita, como fazem representantes de seitas que batem à nossa porta e pretendem enfiar-nos goela abaixo fantasias apocalípticas, mas em nenhum momento disse que não devemos fazer proselitismo. O que seria do Espiritismo sem espíritas? Quem se converteu senão por informações sobre a Doutrina, veiculadas pela mídia ou por contatos pessoais? Nosso papel, no processo em curso, é botar a boca no trombone, participar das discussões na mídia, emitindo a opinião espírita sobre problemas da atualidade, a enriquecer o debate.

Wellerson: Qual a mensagem que você deixa para os internautas?
Richard: Nunca seremos suficientemente gratos a Deus pela bênção da Doutrina Espírita, que nos permite caminhar de olhos abertos, com plena consciência dos objetivos da jornada humana. Não obstante, forçoso recordar a advertência de Jesus: Muito será pedido àquele que muito recebeu. Uma boa pergunta, que deveríamos formular a nós mesmos, diariamente: Estou correspondendo às expectativas divinas, lutando por domar minhas paixões, como destaca Kardec, ou continuo recalcitrante, como um jegue empacado?

Wellerson Santos

(Foto: Edson Flávio – Entrevista inédita a ser publicada pelo site da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)

Entrevista: Suely Caldas Schubertt



Mediunidade: Ferramenta para a Evolução Espiritual


Abordando o tema: Mediunidade - Ferramenta para a Evolução Espiritual, Suely Caldas Schubert ressaltou que no aspecto moral e espiritual existem diversas possibilidades para que o médium possa crescer e evoluir pela prática da mediunidade. No transcurso de sua conferência, a expositora alertou quanto à necessidade do médium estar buscando sempre o estudo, principalmente das obras da codificação e de diversas outras que abordam as facetas da mediunidade.

Espírita de berço, Suely é atuante no Movimento Espírita. Aos doze anos já colaborava na evangelização de crianças e na campanha do quilo. Na área da mediunidade iniciou-se aos dezesseis anos, permanecendo até os dias atuais como médium passista e exercendo a psicofonia e psicografia, esta apenas para orientações. Em 1986 fundou, com um grupo de companheiros, a Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, em Juiz de Fora – MG. Possui uma atividade intensa e de muitos anos junto a Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora.

Em 1981 lançou seu primeiro livro, Obsessão/Desobsessão – Profilaxia e Terapêutica Espírita, dentre outros. Além dos livros, lançou um CD – Cura Real e um DVD – Mediunidade: Tudo o que você precisa saber.

Por ocasião do IV Congresso Espírita Mineiro, solicitamos a sua participação e carinhosamente ela nos atendeu, respondendo as questões que ora apresentamos para a sua apreciação e deleite.


Wellerson Santos (Wellerson): Segundo a sua opinião, qual será o perfil do médium do Terceiro Milênio?
Suely Caldas Schubert (Suely):
O médium do Terceiro Milênio, sob a diretriz da Doutrina Espírita, poderá dar uma contribuição cada vez maior para o progresso da sociedade humana. Mas este processo não será imediato. Temos que percorrer ainda o caminho para um entendimento mais profundo acerca da mediunidade. Quando isto acontecer este médium terá as condições imprescindíveis para uma atuação mediúnica altruística, equilibrada, sendo mais reconhecido e respeitado e estará, dessa forma, contribuindo, mais decisivamente, para regeneração da humanidade.

Wellerson: Na atualidade, quais são as grandes dificuldades enfrentadas na tarefa da educação mediúnica?
Suely:
A grande dificuldade é que as pessoas não querem estudar. Às vezes têm boa vontade, praticam o bem, querem trabalhar na área da mediunidade, mas não sentem motivação para o estudo da Doutrina e, especificamente, da mediunidade. É preciso ter uma visão aprofundada da Doutrina Espírita, o que leva à transformação moral, extremamente importante para o próprio indivíduo, refletindo no seu trabalho mediúnico. Por outro lado, há pessoas que fazem uma leitura muito pessoal, quando se trata da mediunidade, trazendo para a sua prática, hábitos que mantinham em outras religiões, certos rituais, crendices e misticismo. É muito importante que na Casa Espírita existam companheiros com maior conhecimento e experiência que as possam orientar. Sobretudo estudar Kardec e depois as obras subsidiárias fiéis, como as de Chico Xavier, Divaldo Franco, Yvonne Pereira, Raul Teixeira. O estudo na verdade não cessa nunca, deve ser constante.

Wellerson: Nós sabemos que à medida que o ser evolui, suas possibilidades de comunicação e intercâmbio mediúnico aumentam. Poderíamos dizer que a mediunidade num futuro próximo ficará mais ostensiva em todas as criaturas ou deixará de existir?
Suely:
É evidente que nos tempos vindouros a mediunidade estará mais presente, são “os tempos preditos”, que já estamos vivendo, conforme está em o Atos dos Apóstolos, no capítulo 2 - Pentecostes. Passará a ser reconhecida como uma faculdade natural do ser humano, assim como falamos, enxergamos e convivemos com as pessoas. A interação com o Mundo Espiritual se tornará muito mais fácil e constante. Porque a mediunidade é um meio de comunicação e este, com o tempo, se tornará mais facilitado, possibilitando aos desencarnados e encarnados interagirem de forma mais natural. Mas é oportuno lembrarmos uma advertência de Emmanuel, que sempre me apraz citá-la: “Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”. (Seara dos Médiuns)

Wellerson: Quanto mais sintonizado e estudioso é o médium maior fidedignidade terão suas mensagens. Citando como exemplo, temos a figura notável de Eurípedes Barsanulfo. Segundo seus biógrafos ele teria psicografado mensagens de Maria, João Evangelista e até mesmo de Jesus. O que podemos dizer de um médium que entrou em sintonia com o Maior Espírito que já esteve na Terra? Como se dá este processo?
Suely:
Sabemos que Eurípedes Barsanulfo, foi realmente uma figura ímpar e um dos espíritos mais evoluídos que já veio a Terra. Deixou um exemplo de vida como verdadeiro cristão e espírita. Suas faculdades mediúnicas eram extremamente aprimoradas. Quanto a ter recebido mensagem de Jesus eu não tenho conhecimento, a de Maria e a de João Evangelista eu sei que ocorreram; porém até admito a possibilidade que ele tenha recebido uma mensagem do Mestre, porque entre os médiuns da codificação, um deles recebeu uma mensagem que foi assinada por Jesus de Nazaré e que Allan Kardec a considerou autêntica. É possível, portanto, que isto tenha acontecido. Deve-se mencionar, que Eurípedes Barsanulfo teve uma reencarnação naqueles primeiros tempos do Cristianismo e muito se destacou na vivência do Evangelho do Cristo. Neste caso ele tem realmente condições espirituais para isso. Particularmente admiro e amo Eurípedes Barsanulfo e vejo-o como um espírito maravilhoso.

Wellerson: Qual é a mensagem que a senhora deixa para os internautas?
Suely:
É uma mensagem de otimismo, porque reconheço que nós, espíritas, temos tudo para ser felizes. Porque às vezes as criaturas se acham infelizes, se vêem de uma forma muito precária, com baixa estima, cultivando a idéia de que não valem nada. Mas a Doutrina Espírita nos mostra o quanto todos somos importantes, cada um em seu patamar evolutivo. Todos podem fazer algo muito bom desde que se queira, desde que se empenhe, sobretudo acreditando na ajuda do Mestre, na Presença Divina em nós e também na ajuda dos Benfeitores Espirituais. Lembrar que somos herdeiros do universo, como esclarece a Mentora Joanna de Ângelis. Não esquecer que “quem é solidário jamais fica solitário”. O Espiritismo proporciona a fé raciocinada, mas para alcançá-la é fundamental estudar, conhecer e, também, viver cotidianamente. Quanto mais conhecemos mais nossa fé se solidifica. Neste ensejo, deixo aqui o meu agradecimento, com votos de muita paz e que possamos efetivamente trabalhar, cada um em seu setor, fazendo a nossa parte, com amor e perseverança, para a melhoria da humanidade.

Jesus nos abençoe!

Wellerson Santos



(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada no Órgão de Divulgação jornal Evangelho e Ação – Fraternidade Espírita Irmão Glacus)

Entrevista: Divaldo Pereira Franco



Assuntos Diversos

Divaldo Pereira Franco é um verdadeiro apóstolo do Espiritismo. Dos seus oitenta anos, sessenta foram devotados a causa espírita e às crianças excluídas, das periferias de Salvador. É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo.

Como orador já fez mais de 11000 conferências, em mais de 2000 cidades em todo o Brasil e em 62 países, concedendo mais de 1100 entrevistas de rádio e TV, em mais de 450 emissoras. Recebeu mais de 700 homenagens de instituições culturais, sociais, religiosa, políticas e governamentais.

Como médium, publicou cerca de 200 livros, com mais de 7,5 milhões de exemplares, onde se apresentam 211 autores espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais. Destas obras, houve cerca de 80 versões para 16 idiomas (alemão, albanês, catalão, espanhol, esperanto, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, tcheco, turco, russo, sueco e sistema Braille).

A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foram doados, em cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas.

Tem como orientadora a nossa querida irmã Joanna de Angelis, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo de profunda sabedoria, num estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta as pessoas necessitadas dando diretriz espiritual.

No dia 12 de agosto de 2007, Divaldo Pereira Franco esteve em Belo Horizonte. Realizou um Seminário na Sociedade Espírita Joanna de Angelis sobre Iluminação Interior quando tive a grata satisfação de entrevistá-lo.

Desde já o meu profundo agradecimento, a Divaldo pelo carinho e atenção que me dispensou, à Sociedade Espírita Joanna de Angelis que muito bem me acolheu, ao nosso irmão Virgilio Almeida que muito se empenhou para que este trabalho viesse a ser realizado.

Que todos nós, possamos nos deleitar nestas sublimes respostas imbuídas de muito amor e de muita luz.


Wellerson: Há 150 anos a Doutrina Espírita foi codificada por Allan Kardec. Tudo na vida tende a evoluir e a se modificar. O senhor acha que o Espiritismo, o Consolador Prometido, sofrerá modificações ou permanecerá assim como o Evangelho de Jesus que há mais de 2000 anos aclara as nossas vidas?

Divaldo Pereira Franco (Divaldo):
A Doutrina Espírita tem as suas raízes fincadas nos fatos. Os fatos são inamovíveis. É lógico, que o pensamento espírita sempre estará evoluindo, sem que haja qualquer modificação na sua estrutura central. À medida que a ciência evolui e atinge patamares de esclarecimento, o Espiritismo estará ao seu lado. Como disse o Codificador: “Enquanto a ciência estuda os efeitos, o Espiritismo remonta às causas”. As palavras de Cristo não passam, os conceitos da Doutrina Espírita serão sempre atuais em todas as épocas da Humanidade.

Wellerson: O senhor que tem a oportunidade de viajar pelo Mundo para divulgar a Doutrina Espírita, como vê o Movimento Espírita Mundial?

Divaldo:
Vejo o Movimento espírita mundial em um processo eloqüente de desenvolvimento. Ao Brasil tem cabido a honorável tarefa de levar a proposta espírita conforme Allan Kardec no-la deu, por toda parte, seja no seu aspecto de ciência que investiga, de filosofia que esclarece e de ética moral religiosa que proporciona a vinculação com a Divindade. Desta forma, o movimento cresce, amplia-se e na maioria dos países do Ocidente, já se encontram instaladas células vivas do Espiritismo.

Wellerson: O planeta Terra vem passando por transformações desde há algum tempo, deixando de ser um Mundo de Expiações e Provas e passando a ser um Mundo de Regeneração. Podemos dizer que esses acidentes, essas catástrofes que estão acontecendo são indícios de que realmente iniciamos este período? Como nós, os espíritas devemos lidar com estes acontecimentos?

Divaldo:
Sem dúvida que são os sinais típicos da grande transição. Em todas as épocas sempre houve desafios, problemas e dificuldades que são normais. Erupções vulcânicas, tsunames, terremotos, maremotos, incêndios e etc. No entanto, se consultarmos o Evangelho de Marcos, capítulo 13, o Sermão Profético, notamos que se atualizam as referências de Jesus, conforme confirmado por Allan Kardec neste momento de grandes aflições. Todos esses são sinais externos daqueles problemas de natureza interna: as convulsões sociais, as guerras, o terrorismo, as enfermidades degenerativas, os sofrimentos morais... Neste momento em que a ciência atinge altíssimos índices de desenvolvimento tecnológico e de conquistas do conhecimento, ainda faltam as vitórias da paz interna nos indivíduos.

Wellerson: Recentemente a editora LEAL publicou o livro: “Nova Geração – Uma Visão Espírita sobre as Crianças Índigo e Cristal”. Como os pais identificam seus filhos como crianças índigo ou cristal? Quais os melhores métodos para educar estas crianças?

Divaldo:
Conforme digo na Conferência, nós apresentamos os caracteres que os estudiosos do assunto detectaram. Tecnicamente, não se deve rotular a criança com qualquer tipo de designação. A criança é criança. No entanto, para identificar as crianças da Nova Era, optamos por seguir as denominações apresentadas por psiquiatras, psicólogos e psicoterapeutas, que as têm estudado. Para classificar a criança é necessário um bom psicoterapeuta,que a examine com cuidado, evitando considerar alguma com problemas psicopatológicos como sendo índigo ou cristal.
E como tratá-la? Com muito amor. Colocando parâmetros, limites na sua conduta, quando se fizer necessário. Ao invés de reagir-se, agir-se. Os pais têm muita preocupação em dar, mas não em dar-se. É necessário conviver-se mais com os filhos, compreendê-los, conhecer-lhes os problemas, ter interesse em ajudá-los. Os especialistas no tema, referem-se aos métodos Montissori, Steiner, naturalmente, aplicando as abordagens espíritas e os métodos psicopedagógicos da Doutrina libertadora, ricos de sabedoria e de segura orientação.

Wellerson: Em Obras Póstumas, em sua segunda parte, numa mensagem de 10 de junho de 1860, o Espírito de Verdade diz a Kardec que ele não permaneceria por longo tempo no Plano Espiritual após desencarnar. Que ele retornaria às lides terrenas par que pudesse trabalhar desde cedo. Em uma nota Kardec diz: “...a minha volta deve ser forçosamente no final deste século ou no início do outro...”. O que o senhor pensa a respeito disso? A espiritualidade através de seu intermédio já instruiu algo a respeito?

Divaldo:
Não. Por meu intermédio os Espíritos ainda não se referiram à volta do egrégio Codificador.

Wellerson: Qual a mensagem que o senhor deixa para os internautas?

Divaldo:
Dir-lhes-ia que amem sempre, estudando a Doutrina Espírita com seriedade. Sugeriria que, ao invés de começarem a aprendizagem pelas obras psicografadas respeitáveis, que a iniciassem através das obras da Codificação. Costumo dizer que, quase toda casa tem entrada principal e lateral, esta última levando a parte intima da família. Desconhecendo o Espiritismo, o candidato deve começar a lê-lo, entrando pela porta central, a porta de visita, que é a Codificação. O Livro dos Espíritos inicialmente, depois aqueloutros que constituem a Codificação, partindo, então, para o conhecimento dos clássicos: Gabriel Dellanne, Léon Denis, Alexandre Aksakof e outros.
Conhecedores dos paradigmas da Doutrina, vale o contato com os autores encarnados que nos merecem o maior respeito. E, concomitantemente, as obras subsidiárias que decodificam a Doutrina, e que nos chegaram através de médiuns venerandos como Francisco Cândido Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Zilda Gama e outros.


Wellerson Santos


(Entrevista publica pelo jornal Evangelho e Ação - Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)









Jesus e Atualidade




Livro: Jesus e Atualidade
Divaldo Pereira Franco
Espírito: Joanna de Ângelis

A Série Psicológica de Joanna de Ângelis através do médium Divaldo Pereira Franco é um trabalho que estabelece uma ponte entre a psicologia espírita e a convencional, particularmente a psicologia analítica de Karl Gustav Jung. O primeiro livro da série é Jesus e Atualidade, onde Joanna teve o cuidado de selecionar temas e apresentá-los sobre a ótica psicológica, fundamentada na Codificação Kardequiana.

No meio espírita, algumas pessoas se queixam dizendo que não conseguem entender a linguagem que Joanna de Ângelis utiliza-se em suas obras. Divaldo Pereira Franco sempre teve muita surpresa quando o questionavam a respeito disso, e um dia perguntou a ela: “Por que a senhora não escreve numa linguagem mais simples?” E ela disse-lhe: "Meu filho, Espiritismo é doutrina de cultura. Recorde-se da palavra do Espírito de Verdade: Espíritas - instruí-vos, que seria o segundo mandamento. O nosso objetivo é apresentar a doutrina da melhor maneira possível e contribuir para que as pessoas consigam mais conhecimento e mais cultura. Uma que outra palavra não usual, a pessoa recorre ao Dicionário da Língua Portuguesa e incorpora esta palavra ao seu conhecimento".

No livro Jesus e Atualidade a veneranda Mentora demonstra-nos a atualidade dos ensinamentos de Jesus, embora já tenham se passado dois mil anos. O Mestre por Excelência penetrava a alma dos indivíduos que o procuravam e dava a terapia compatível. Aqueles que cruzaram o Seu caminho jamais foram os mesmos: amaram-No ou odiaram-No, mas nunca ficaram indiferentes. Jesus é o maior psicoterapeuta que já existiu e apresenta-nos o caminho da verdade e da vida através de seus ensinamentos e, principalmente, através da sua exemplificação.

Nestes momentos difíceis pelos quais a sociedade moderna passa, pede-se urgência na volta de Jesus aos corações e, pensando nesta inadiável questão, diz Joanna, prefaciando a sua obra: "Resolvemos apresentar vinte situações contemporâneas com ocorrências do cotidiano que aturdem a civilização, buscando respostas da conduta na terapia de Jesus, cujos resultados, obviamente, são a saúde, a paz e a felicidade como experiências ainda não fruídas individual e coletivamente pelos homens".

Jesus é atual não só pelos ensinamentos que propõe como pela exteriorização de paz e de jovialidade que irradia. O Jesus que Joanna de Ângelis nos traz neste livro não é o Cristo sofredor, mas Aquele que é o exemplo e a solução, que ressurge para o homem moderno dando-nos a certeza da possibilidade de atingir a realização total. "A atualidade necessita urgentemente de Jesus descrucificado, companheiro e terapeuta em atendimento de emergência, a fim de evitar-lhe a queda do abismo" – diz a sublime Mentora.

O livro Jesus e Atualidade nos fala a respeito de temas diários e nos traz verdadeiras psicoterapias. Esclarece-nos acerca dos conflitos que por vezes achamos ser obsessão; dificuldades de conduta, reminiscências do passado, problemas de infância, que achávamos ser perturbação espiritual, e muitas vezes não o são. Aclarando-nos estes conceitos ou pelo menos uma boa parte deles, Joanna de Ângelis, à luz da psicologia com a colaboração do Espiritismo, traz ao indivíduo o trabalho de autocura a fim de libertar-se de seus conflitos. A idéia da obsessão passa a ser bem compreendida e passamos a ter responsabilidade, num processo de auto-educação.

A Doutrina Espírita é uma doutrina libertadora que leva a criatura à sua autoconsciência, a libertar-se de modelos, de lideranças, de gurus, tornando-se o ser o seu próprio guia. As respostas estão dentro da criatura, conforme está em O Livro dos Espíritos na questão 621, quando os Benfeitores Espirituais responderam a Allan Kardec que as leis de Deus estão escritas em nossa consciência.

Através deste livro e das outras obras psicológicas de Joanna de Ângelis viajamos para dentro de nós mesmos, no célebre “conhece-te a ti mesmo”. E no autodescobrir nos libertamos de muitos conflitos.

Espero que o caro internauta possa buscar a leitura da obra Jesus e Atualidade, tendo a certeza de que será um bálsamo para as nossas dores, trazendo respostas a muitos de nossos conflitos e nos direcionando em roteiros de bem viver.

Que Jesus nos abençoe e nos ilumine!

Wellerson Santos

(Artigo publicado no jornal Evangelho e Ação - Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)

Entrevista Cecília Rocha


Evangelização Infanto-Infantil


Cecília Rocha, atualmente ocupa a Vice Presidência da Federação Espírita Brasileira - Casa Mater do Espiritismo no Brasil. Em seu livro Pelos Caminhos da Evangelização tem oportunidade de nos dizer que a Evangelização Espírita Infanto-Juvenil é a difusão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus, que foi apontado pelos Espíritos Superiores, que trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a Humanidade.

Valorosa cooperadora, Cecília Rocha vem dedicando largo período da sua existência numa longa trajetória dentro do Movimento Espírita em nosso país e fora dele trabalhando em favor da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil.

Teve contribuições significativas em três cursos internacionais de preparação de evangelizadores e recentemente numa parceria da Federação Espírita Brasileira e TV CEI lançou o DVD Pelos Caminhos da Evangelização que é sem dúvida um referencial para aqueles que desejam conhecer a respeito de tão grandiosa tarefa.

Cecília Rocha, no dizer de Rute Ribeiro - Diretora do Departamento de Infância e Juventude da Federação Espírita Brasileira - é sem sombra de dúvida, um referencial na área da Evangelização Espírita, tendo conquistado o respeito e a consideração de todos os que a conheceram e a conhecem ao longo de meio século de atividades ininterruptas em prol do crescimento da importante tarefa que engloba os ideais do Cristo com referência à evangelização das crianças e dos adolescentes.

Tivemos a grata satisfação de entrevista-la e estamos apresentando aos internautas o resultado do trabalho.

Wellerson Santos (Wellerson): Quais são os objetivos efetivos da evangelização de crianças e jovens dentro da Casa Espírita?
Cecília Rocha (Cecília):
Educá-los para a presente trajetória e para a vida no Plano Espiritual, porque nós vivemos transitoriamente no mundo físico e períodos bem maiores no Mundo Espiritual. É preciso que a pessoa leve uma bagagem de conhecimentos para não chegar ao Mundo Espiritual, que é a nossa verdadeira pátria, de maneira totalmente desprovida de qualquer conhecimento e hábitos compatíveis com a vida do espírito.

Wellerson: A senhora que já vem trabalhando há alguns anos com a Evangelização Infanto-Juvenil quais seriam na sua opinião os requisitos básicos para a formação de um bom evangelizador?
Cecília:
Para a formação de um bom evangelizador um dos requisitos básicos é saber o que significa para ele a evangelização. O que representa para ele esta tarefa e o que ele pretende resolver através dela. O preparo doutrinário e pedagógico é indispensável. Ninguém ensina o que não sabe. Se o evangelizador não tiver uma bagagem doutrinária, não conhecer o Espiritismo e o Evangelho de Jesus, dificilmente poderá desempenhar uma função tão importante como a de evangelizar a criança e o jovem.

Wellerson: Hoje, a grande dificuldade encontrada dentro da família é de trazer a criança e o adolescente para a Casa Espírita. Qual deve ser a postura dos pais perante os seus filhos que não desejam vir a Evangelização?
Cecília:
Essa indiferença da criança pela evangelização tem origem nos princípios da sua educação. Se ela é acostumada desde o jardim e maternal a freqüentar o Centro Espírita, virá com facilidade. Se os pais derem o exemplo, porque nós vemos casos em que muitos pais deixam as crianças na evangelização e eles próprios vão passear pelo shopping. Não me consta que nós tenhamos recursos para competir com o shopping quando os próprios pais não acompanham os seus filhos na tarefa de evangelização. O modo efetivo, portanto, para que a criança se interesse é o exemplo da família. O convencimento da família que está levando o filho a uma escola importante, cujos ensinamentos são decisivos na sua vida, não somente na atual existência terrena como no futuro infinito.

Wellerson: De forma bem básica quais são as semelhanças e as diferenças das propostas trazidas pelos eminentes educadores como Rosseau, Pestalozzi, Comênius, Piaget, Maria Montessori e outros e a proposta trazida pela Evangelização Infanto-Juvenil à luz da Doutrina Espírita?
Cecília:
A grande diferença é o conceito de educando e o conceito de educador. Porque o educando para estes ilustres companheiros da área de educação, que você acabou de citar, era considerado apenas no período do berço ao túmulo. Ao passo que a Doutrina Espírita considera o educando um ser em trânsito no campo evolutivo: antes do berço, durante a vida física e depois da desencarnação. Por isso, o conceito de educando e educador são básicos nas diferenças entre os educadores não espíritas cuja visão vai do berço ao túmulo e a dos espíritas que antecede ao berço e se prolonga depois do túmulo. No tocante ao ideal educativo que as ilumina, as semelhanças são muitas e belas.

Wellerson: Que avanços a senhora destacaria no Movimento Espírita Brasileiro e no Exterior em relação à Evangelização Espírita?
Cecília:
Para falar com sinceridade, nós vemos um grande interesse nas manifestações exteriores, na atualidade. Mas efetivamente ainda não há um trabalho expressivo generalizado. Há muitas pessoas que falam, que perguntam, que discutem métodos e conceitos a respeito da evangelização, mas ainda pouco se efetiva nesta área. Eu acredito que, futuramente nós teremos um desenvolvimento mais significativo, em termos de realizações.

Wellerson: Segundo sua opinião, quais são os maiores desafios para a Evangelização Espírita?
Cecília:
O evangelizador e a família.

Wellerson: Como a Evangelização Espírita pode colaborar para a implantação e elaboração de um Mundo Novo?
Cecília:
Pelos motivos que nós já expusemos. Porque a evangelização vai penetrar na intimidade do ser, bem lá no fundo da sua consciência. Vai dizer que ele é um espírito em trânsito pelo mundo, que já viveu milênios na face da Terra e que vai viver outros tantos na vida espiritual. Isto dará uma grande motivação para o indivíduo agir no bem, se manter no bem, aproveitar os seus momentos de conhecimento, de alargamento de pensamentos e de horizontes de maneira bem mais efetiva e abrangente.

Wellerson: Qual é a mensagem que a senhora deixa para os internautas?
Cecília:
Para que enfrentemos com coragem e destemor estes desafios que se apresentam na nossa trajetória e em nossas tarefas, que por vezes não são desafios, são testes para ver o grau de comprometimento que cada um de nós tem quanto a sua própria evolução e à evolução da humanidade.

Paz e Alegria aos nossos corações!


Wellerson Santos


(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).



Entrevista: Wagner Gomes da Paixão


Espiritismo com Jesus


Abordando o tema “Espiritismo com Jesus”, Wagner Gomes da Paixão iniciou a sua conferência no IV Congresso Espírita Mineiro falando-nos das diversas etapas pelas quais o princípio inteligente passa, nos diferentes reinos – mineral, vegetal, animal até o hominal. Elucidou sobre a atual fase de transição que estamos vivendo, de mundo de expiações e provas para um mundo de regeneração. Alertou ainda quanto a nossa posição perante a existência física para que não sejamos transferidos para mundos menos desenvolvidos. "Deus não pune; ama. Por isso sempre renova as possibilidades" – disse Wagner. As lições do palestrante foram de otimismo.

Wagner iniciou na doutrina espírita quando contava 18 anos. Visitando a casa de uma tia-avó que é sua madrinha de batismo, participou de um culto evangélico que ela então começara. “Ouvindo aquelas páginas que me chamaram de modo especial a atenção, disse a ela que me interessaria em conhecer aquele material. Minha tão prezada tia-avó passou a me presentear com as obras básicas do Espiritismo, em seguida com as obras de André Luiz e debrucei-me sobre elas em um grande período, quase dois anos lendo-as, até que fui convidado a ir a um centro espírita, não mais me afastando deste movimento renovador. Já são 25 anos de atividades ininterruptas na Seara” – disse ele.

Atualmente, Wagner Gomes da Paixão tem uma participação espontânea e de coração no Movimento Espírita em geral. “Procuramos dar, a título de reconhecimento e gratidão, o nosso apagado apoio à União Espírita Mineira que tem sido uma verdadeira mãe para nós, através de seus dirigentes e cooperadores, e temos a nossa casa de trabalhos espíritas em Mário Campos, MG.”

Logo após a sua conferência, Wagner Gomes da Paixão foi recebido na sala de imprensa para realizarmos nossa entrevista. Ficamos confortados com as suas mensagens de incentivo, de ânimo, de otimismo, trazendo-nos profundos esclarecimentos acerca dos ensinamentos de Jesus e que compartilhamos com os queridos leitores nesta oportunidade.

Wellerson Santos (Wellerson): Na Última Ceia, Jesus prometeu-nos enviar um outro Consolador, o Espírito de Verdade, que ficaria conosco por toda a Eternidade. Quais são as evidências de que realmente o Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus?
Wagner Gomes da Paixão (Wagner):
Temos no primeiro capítulo do livro A Gênese, intitulado “Caráter da Revelação Espírita”, uma série de raciocínios e de fatos apresentados por Allan Kardec que demonstram à saciedade quanto o Espiritismo cumpre em tudo estas características do Consolador Prometido. Mas bastaria resumir, na atualidade, com todo o trabalho realizado por grandes espíritas, dentre eles Chico Xavier, que a vivência da caridade é o coroamento desta obra evolutiva dos seres que vincula, profundamente, no sentido radical, de raiz, a Doutrina Espírita ao Evangelho de Jesus. É o retorno Dele, o Divino Mestre, ao mundo.

Wellerson: Durante muito tempo na história o Espiritismo foi vilipendiado. Acusaram-nos de sermos hereges por estarmos indo contra a doutrina cristã. Ainda hoje sofremos tais acusações por parte de correntes religiosas que merecem o nosso profundo respeito. Como nós espíritas devemos agir diante de tais dificuldades e tais acusações?
Wagner:
Serenos. Não temos que nos ocupar dos ataques. Jesus disse que o discípulo não é maior do que o Mestre. Ele partiu da Terra nos braços de uma cruz; nós apenas sofremos algumas pedradinhas. O equívoco das religiões formalizadas passa pelo problema da interpretação radical de determinados temas, dos preconceitos que se alimentam, não há um espírito científico, uma abertura efetiva de coração nos grupos que, ao contrário, trabalham contra outros, numa competição indigna dos verdadeiros cristãos. Na verdade, encontramos na Terra religiões “materialistas”, que obviamente são como as lojas que precisam muitas vezes depreciar o trabalho de outras, para então valorizar o seu próprio. Como muitas criaturas são bastante incautas, simplórias, muitos deles, os dirigentes, os líderes, argumentam tendenciosamente, comentando textos bíblicos numa interpretação muita periférica, quando não calculada, e com isso não trabalham as almas para a Luz, mas criam os sistemas, as chamadas teologias humanas.

Wellerson: Temos convicção de que a Doutrina Espírita é uma doutrina que está pautada no Evangelho de Jesus. Porém, o homem, cheio de vícios e imperfeições, muitas vezes interfere dentro do Movimento Espírita trazendo seus misticismos, seus dogmas e suas crenças. Como nós espíritas devemos agir diante de tais casos? Como os freqüentadores de uma instituição deverão agir quando perceberem que seus dirigentes estão destoando da proposta kardequiana e principalmente do Evangelho de Jesus?
Wagner:
Considerando que a Doutrina Espírita é intocável, encontramos este desafio no Movimento Espírita, que é o labor dos homens gravitando em torno desta grande Revelação. Estamos nos ajustando paulatinamente a ela. Precisamos ter na Casa Espírita a vigilância daqueles que respondem à sua direção no sentido de priorizar o estudo sério das obras que são verdadeiramente espíritas. Porque mesmo dentro da Doutrina, principalmente na atualidade, temos tido muitas obras espiritualistas, que não têm compromissos com os postulados e naquilo que está encerrado nas obras da Codificação. São livros muito lidos, muito divulgados, mas que são espiritualistas, não apresentam aquele comprometimento que vamos entender e sentir no Espiritismo com Allan Kardec. Os dirigentes precisam priorizar o estudo, que inclusive envolva os trabalhadores, optando por obras que não atendam tanto à curiosidade e ao entretenimento, mas aquelas que dão gravidade ao trabalho que está se realizando em favor de um mundo regenerado, e com o tempo isto fará a diferença. É sempre um convite ao estudo para que a prática seja qualitativa. Crença é diferente de vivência. Espiritismo não é culto religioso tradicional, não é palco para vaidades e presunções, é laboratório de transformação moral.


Wellerson: Nós que somos espíritas temos Jesus como nosso modelo e guia e nos baseamos conseqüentemente em seus ensinamentos, contidos nos Evangelhos. Visto que muitos dos evangelhos chamados apócrifos possuem a mesma validade histórica dos evangelhos canônicos, como o Espiritismo interpreta estas passagens da vida do Mestre?
Wagner:
O Espiritismo, que mereceu de Allan Kardec criteriosas pesquisas sobre seus fundamentos, sua imanência, porque de origem divina, explicita a essência imortal dos textos sagrados, revelando dados importantíssimos sobre Jesus e sua tarefa missionária junto a nós. Sobre traduções, encontramos pessoas que se ocupam delas com muito zelo e responsabilidade, desde o Codificador, e que por isso se tornaram grandes mestres, como é o caso, na atualidade, de Honório Abreu, recém desencarnado, de José Damasceno Sobral, de Leão Zállio, igualmente transferidos para o Mundo Invisível. Nessa linha das pesquisas, das análises, sempre utilizando as “chaves” do conhecimento espírita, muitas vezes dominando línguas do passado, históricas, temos outros companheiros e poderíamos dar, como referência, o nosso irmão Haroldo Dutra Dias, também de Minas. Mas a Doutrina Espírita não se ocupa exclusivamente disso, porque ela chegou ao mundo para restaurar a moral evangélica e para demonstrar que os fenômenos deixam de ser mito ou mística adorativa em função do equacionamento científico que se dá a todos os acontecimentos, sempre com conotações filosóficas, de profundo alcance moral. No Espiritismo esta questão não é um problema, porque temos em Jesus o que é essencial, e os fenômenos são tratados por Allan Kardec nas obras que se desdobram neste sentido, ajudando o homem a compreender que são leis naturais. Então, acabou o problema. O Espiritismo efetivamente é a resposta para a Humanidade.

Wellerson: A maioria das religiões cristãs celebram diversas passagens da vida de Jesus. Nós, os espíritas, não enfatizamos nenhuma destas festividades, o que soa para muitos como uma indiferença às realizações do Mestre Jesus. O que você tem a nos dizer sobre esta questão?
Wagner:
É ainda o problema do culto externo. Jesus espera de nós não o culto à sua personalidade, mas a vivência da Vontade de Deus em nossos corações. E é o que nos interessa no Espiritismo. Portanto, estamos nos ocupando do amor que Ele nos ensinou e assim estamos dignificando o esforço do Mestre. Ao invés de idolatrar a Sua figura sem nos melhorarmos pessoalmente, devemos nos dar em caridade e abnegação na lida de uns com os outros.

Wellerson: Qual é a mensagem que você deixa para os internautas?
Wagner:
Temos o conhecimento espírita como chave libertadora para que possamos viver Jesus sem este culto exterior, sem esta mística habitual e improdutiva. Que possamos nos entregar às tarefas sentindo que o Cristo é companheiro em cada uma delas; socorrendo o infeliz, tolerando a pessoa difícil, suplantando o momento da angústia, do medo, porque passamos a nos entregar mais a Deus. Evangelho é ação! Vamos nos entregar à renovação de nós mesmos: a partir de todas as tarefas, de todos os compromissos, do cumprimento dos deveres que nos são habituais. Deus nos tem por filhos e devemos honrá-lo fazendo tudo aquilo que é da Sua vontade. Então é esta a nossa mensagem. Fica o nosso abraço de muita gratidão e muita paz para todos!


Paz e alegria aos nossos corações!


Wellerson Santos


(Foto: Daniel Cunha de Carvalho - Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação - Órgão de divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)