Entrevista Richard Simonetti



Assuntos Diversos


Foi com grande alegria, que mais uma vez, a Fraternidade Espírita Irmão Glacus recebeu Richard Simonetti, orador e escritor espírita. Tendo escrito vários livros, ele nos brindou com uma palestra falando-nos a respeito do tema: Obsessão e Cura. Na oportunidade, entrevistamo-lo. Apresentamos ao caro internauta o resultado do trabalho.

Wellerson Santos (Wellerson): Emmanuel nos diz que a família é o cadinho do lar, onde temos nossos principais resgates. Porém, muitas vezes, nem todos os familiares esforçam-se para uma convivência harmoniosa em busca da reforma íntima. Podemos dizer que esses influenciam negativamente aqueles que se esforçam?
Richard Simonetti (Richard): Mahatma Gandhi, o grande líder espiritual indiano, dizia que um homem que consiga realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Não se espera tanto no lar. Um bocadinho de amor apenas e operaremos prodígios de harmonização, neutralizando vibrações negativas de familiares rabugentos.

Wellerson: Os problemas, as dificuldades, os sofrimentos que constituem o resgate de um grupo familiar podem ser considerados uma prova coletiva?
Richard: Sim, quando independam do comportamento de seus integrantes. Um terremoto que destrói a casa, por exemplo. Forçoso reconhecer, entretanto, que tais males, em sua esmagadora maioria, decorrem muito mais das impertinências e indisciplinas dos que vivem sob o mesmo teto.

Wellerson: O espírita que vive em um lar que tem adeptos de outras religiões muitas vezes é reprimido pela maioria. Tem ele uma missão a cumprir, já que tem o conhecimento dos ensinamentos espirituais? Como conviver com isso sem entrar em conflitos com outros?
Richard: Facílimo! Basta agir como legítimo adepto do Espiritismo. Que seja tão bom, tão empenhado em vivenciar os princípios cristãos, a base do comportamento espírita, que os familiares acabarão por reconhecer que o Espiritismo é uma maravilha! Domou a fera! Fez dele uma pessoa de edificante convivência.

Wellerson: Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, afirma que todos somos médiuns em diferentes graus. Quando falamos em mediunidade imaginamos logo a psicografia, psicofonia, vidência, audiência e nos esquecemos da intuição. Como compreender a mediunidade em nossas vidas?
Richard: A mediunidade é o sexto-sentido, que nos coloca em contato com o mundo espiritual, assim como o tato, o olfato, a audição, a visão e o paladar nos colocam em contato com o mundo físico. Turbilhões de pensamentos que nos assaltam vêm do mundo espiritual, pelos condutos da intuição, mecanismo elementar da mediunidade. Por oportuno, parafraseando René Descartes (penso, logo existo): pensamentos bailam em meu cérebro independentemente de minha vontade, logo existem Espíritos a comunicar-se comigo.

Wellerson: A Doutrina Espírita não é proselitista. Em virtude disso, muitos espíritas de forma errônea omitem-se de expor as suas convicções diante dos fatos que repercutem na opinião pública, como muitas religiões o fazem. Diante de tantas crueldades que estamos vivenciando, o Senado cogita a idéia de um projeto de lei para aprovar penas mais severas, como a pena de morte e a prisão perpétua, e também discute a liberação do aborto. Sem cairmos no proselitismo, qual seria o papel do espírita nesse processo?
Richard: Kardec era contrário à idéia de tentar convencer os que não estão interessados em Doutrina Espírita, como fazem representantes de seitas que batem à nossa porta e pretendem enfiar-nos goela abaixo fantasias apocalípticas, mas em nenhum momento disse que não devemos fazer proselitismo. O que seria do Espiritismo sem espíritas? Quem se converteu senão por informações sobre a Doutrina, veiculadas pela mídia ou por contatos pessoais? Nosso papel, no processo em curso, é botar a boca no trombone, participar das discussões na mídia, emitindo a opinião espírita sobre problemas da atualidade, a enriquecer o debate.

Wellerson: Qual a mensagem que você deixa para os internautas?
Richard: Nunca seremos suficientemente gratos a Deus pela bênção da Doutrina Espírita, que nos permite caminhar de olhos abertos, com plena consciência dos objetivos da jornada humana. Não obstante, forçoso recordar a advertência de Jesus: Muito será pedido àquele que muito recebeu. Uma boa pergunta, que deveríamos formular a nós mesmos, diariamente: Estou correspondendo às expectativas divinas, lutando por domar minhas paixões, como destaca Kardec, ou continuo recalcitrante, como um jegue empacado?

Wellerson Santos

(Foto: Edson Flávio – Entrevista inédita a ser publicada pelo site da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)

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