Pacifiquemos!

No transcorrer dos evos a Humanidade vem tentando implantar no proscênio terrestre a tão sonhada paz. No entanto, de forma despreparada e errônea, o indivíduo vem realizando esse intento.

O Cristo houvera dito: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou, eu não vo-la dou, como o mundo a dá”. O mundo confunde a paz como sendo ociosidade. O mundo vivencia a paz como sendo inércia.

A proposta crística é bem mais ampla.

Nas horas aziagas, as quais a vida convida a criatura a sobrepujar, faz-se necessário vivenciar a paz.

Nas aflições no campo da saúde física, convém parar e meditar, buscar asserenar o coração entendendo a mensagem que a doença quer nos trazer.

Nos conflitos familiares, convém calar, perdoar e amar sempre, buscando vivenciar a proposta evangélica no ambiente doméstico.

Na sociedade corrompida, oração e vigilância. Não nos deixar levar pelos convites exteriores, fortalecendo nossos melhores propósitos.

No ambiente religioso, a busca da fé raciocinada, ligando-nos a Deus pela transformação interior.

A paz verdadeira é aquela que vivenciamos interiormente.

Embora tudo a nossa volta esteja em frangalhos, a paz permite enxergarmos algo positivo, estando bem conosco mesmo e prosseguindo adiante.

Pacifiquemos!

Onde quer que estejamos, sejamos os arautos da paz, mensageiros do Mais Alto, vivenciando e exemplificando a proposta estudada há séculos.

No dealbar da Nova Era, urge que possamos ultrapassar as barreiras, vencer os obstáculos, a fim de que se implante na Terra o Mundo de Regeneração.

Que a paz de Jesus esteja conosco!

Um abraço paternal, do servidor humílimo do Cristo,

Bezerra

(Mensagem psicografada pelo médium e orador espírita Wellerson Santos na noite do dia 03 de março de 2010 e publicada no jornal Sal da Terra - Lagoa Santa - MG)

Parentes de Chico Xavier no Avant Premier


Qual é o sentimento que a senhora, enquanto parente de Chico Xavier, vive ao ver um filme expondo para o Brasil e para o Mundo a vida de um membro de sua família?


“Vemos com muita emoção, uma expectativa muito feliz, não só como família, mas como integrantes da família espírita e da família humana que ele sempre adotou para o seu coração, a humanidade que ele sempre amou. Que prestemos bastante atenção nos exemplos de bondade, de perseverança e de determinação de Chico Xavier”.

Cidália Xavier Silva – sobrinha de Francisco Cândido Xavier




Qual é o sentimento que o senhor, enquanto parente de Chico Xavier, vive ao ver um filme expondo para o Brasil e para o Mundo a vida de um membro de sua família?


“É um sentimento muito grande. Porque o Chico não era o nosso parente, ele era parente de toda a humanidade, das pessoas mais pobres, das mães desamparadas que iam até ele buscando notícias. Este filme é um chamamento, um alerta para a humanidade, para aqueles que ainda não conhecem o Espiritismo. É a verdade em forma de lazer.

Paulo Pedro Pena – sobrinho de Francisco Cândido Xavier


(Foto: Silvana Oliveira)

Diversas Opiniões - Filme: Chico Xavier


“Eu me sinto muito feliz e cheia de esperanças, acho que este filme será um divisor de águas para o Espiritismo. Estamos, hoje, vivendo um momento histórico com toda esta movimentação em torno de Pedro Leopoldo. Neste filme, Chico Xavier é mostrado como um grande humanista que transcende a barreira do sectarismo religioso e que mostra Chico como uma humana e maravilhosa”.

Célia Diniz – Centro Espírita Luiz Gonzaga – Pedro Leopoldo - MG



“Este filme vai mostrar para o Movimento Espírita que Francisco Cândido Xavier é de fato o verdadeiro Homem de Bem aquele que soube expressar em sua vida todas as lições do Evangelho de Jesus com simplicidade, sendo uma pessoa natural, sem forçar, sendo humano. Pelo seu amor e pela sua humildade, deixou marcas profundas. A grande mensagem do filme para quem não é espírita é que independentemente da crença que o indivíduo tenha, ele não pode deixar de ser bom, de ser humano. Acho que esta é a grande mensagem do Chico porque ele reúne padres, protestantes, judeus, budistas, pelo conteúdo da sua vida e não da suas convicções filosóficas ou religiosas”.

Haroldo Dutra Dias – Orador espírita



“A mensagem do filme Chico Xavier acima de tudo é a mensagem do Evangelho vivido para os corações que sofrem na Terra. Chico nas telas brasileiras e internacionais representa a comprovação de que é possível nos nossos dias viver a mensagem de Jesus esquecendo-nos dos nossos caprichos, das nossas vaidades, das nossas presunções, a fim de ser para o outro instrumento de felicidade, de paz, de pacificação. Chico foi tudo isso, no século XX, adentrando um pouco o século XXI, nos seus albores. O filme não faz uma referência a estrutura doutrinária do Espiritismo, ele mostra o homem de bem, aquele que dentro de uma linha religiosa, mas sem impô-la a ninguém, acolheu a todos os corações que sofriam, consoante o que Jesus espera de cada um de nós em suas frentes religiosas. Porque a religião é sempre o norteamento, mas a religião formalizada, que estabelece posições sectárias, dogmáticas, esta entra por um circuito muito político e a essência da religião é a vivência do amor e foi o que Chico fez. O Chico dentro da Doutrina Espírita que liberta a consciência humana desses desvãos interpretativos e, muitas vezes, politiqueiros, fez com que ele pudesse atingir a sua plenitude como ser humano. E é essa caridade atuante que representa, o nosso Chico, a mensagem maior para todos aqueles de todas as religiões ou mesmo arreligiosos”.

Wagner Gomes da Paixão – Médium e Orador Espírita


(Foto: Silvana Oliveira)

Novas Entrevistas - Avant Premiere

“O filme Chico Xavier vem reacender dentro do ano do Centenário do Chico toda a importância da sua história de vida, abrindo um espaço para chamar a atenção sobre as suas obras psicográficas. Em vida, Chico Xavier já foi através de suas obras um divisor de águas para o Movimento Espírita Brasileiro e agora nesse conjunto de ações, inclusive neste filme, acreditamos que teremos uma grande revivescência de toda a história, toda a obra e toda a importância do seu exemplo”.

César Perri de Oliveira – Diretor da Federação Espírita Brasileira



“Efetivamente, o impacto que o filme de Chico Xavier traz é de uma visão não espírita, porque o filme não é espírita. Evidentemente que o link Chico espírita é um link conhecido. Conseqüentemente, o homem de bem, o homem da paz, o homem do amor, o homem Chico Xavier Amor impacta a sensibilidade de qualquer ser humano. Desta forma, nós percebemos que este filme provoca fortes emoções e reflexões, porque um homem daquela envergadura, produzindo o que produziu, sendo espírita, no mínimo leva a criatura a utilizar-se do bom senso, a uma reflexão”.

Ricardo Mesquita – Vice Presidente da Federação Espírita Brasileira


“Nós sabemos que Jesus é o grande modelo da humanidade, é o grande guia, mas de vez em quando a Misericórdia do Pai nos manda ícones para funcionar como modelos mais próximos de nós, mais contemporâneos nossos. Chico é esse grande contemporâneo do século. Então, o filme, vem nos mostrar exatamente um roteiro de como ser um homem de bem. O compromisso individual que eu, você, todos temos de nos conduzir perante a bondade infinita do Pai. (...) A mensagem que este filme vai trazer é exatamente mostrar a amplitude da vida. Mostrar que o mais importante não é o rótulo da religião, o mais importante é buscar vivenciar o bem, como Jesus, aliás, muito bem nos ensinou na Parábola do Bom Samaritano”.

Marival Veloso de Matos – Presidente da União Espírita Mineira


(Foto: Silvana Oliveira)

Avant Premiere - Chico Xavier - O Filme

Foi com imensa satisfação que estivemos presente no Avant Premiere do filme Chico Xavier que terá sua estréia em Rede Nacional no dia 02 de abril, data do natalício do venerando médium de Pedro Leopoldo, que se estivesse vivo completaria 100 anos de idade.

A solenidade contou com a presença do Presidente da Federação Espírita Brasileira – Nestor João Masotti, do Diretor da Federação Espírita Brasileira - Antônio César Perri de Carvalho, do Presidente da União Espírita Mineira - Marival Veloso de Matos, dentre outros confrades do Movimento Espírita. Além disso, tivemos a presença do diretor da película cinematográfica – Daniel Filho e grande elenco.

Acompanhe nestes dias algumas das entrevistas realizadas no evento.


Wellerson Santos


Avant Premiere - Chico Xavier - O Filme



















Nestor João Masotti

Presidente da Federação Espírita Brasileira


Wellerson: Em sua opinião, qual é a mensagem que o filme Chico Xavier trará para aquelas pessoas que não são espíritas?


A mensagem do filme, pelo que me consta, é a mensagem de uma pessoa voltada para o trabalho no campo do bem, que não fez limites ao sacrifício que precisaria fazer, colocou o beneficio ao próximo sempre em prioridade, sacrificou-se naquilo que era necessário. No mundo em que a criatura, ainda, é muita voltada ao egoísmo, em que procura estar sempre em torno dos seus interesses imediatos, eu acho, que a mensagem vivida do filme Chico Xavier é um exemplo para todos nós, no mínimo para alguma reflexão. Eu diria até mais, não só um exemplo, mas uma referência para todos aqueles que quiserem realmente começar o seu próprio aprimoramento”.


(Foto: Silvana Oliveira)

Entrevista - Diretor e Elenco - Avant Premiere


Comovido, Daniel Filho, ao receber a placa de Cidadão Honorário de Pedro Leopoldo disse: “Ter gravado o filme Chico Xavier foi uma mudança total na minha vida, no meu pensar, na minha maneira de ser”. Dentre outros comentários ele agradeceu a Ruth Perácio, que estava presente ao evento, filha de Carmen e José Perácio, aqueles que foram os responsáveis pelo início da educação mediúnica de Chico. Embargado na voz relembrou, Cidália, a mulher extraordinária, o anjo que Maria João de Deus havia dito ao filho que Jesus mandaria, fazendo menção a irmã de Chico Xavier, ainda viva, que se encontrava presente e que possui o mesmo nome da mãe. “Que mulher, hoje, receberia um homem com treze filhos? Muitos que verão o filme vão pensar que estão vendo uma ficção, mas nós sabemos que ele é uma realidade”. – disse o renomado diretor.


Wellerson: Num trabalho de interpretação sempre tem o antes e o depois. Um filme como este modificou alguma coisa em sua vida?


“Uma grande transformação”.

Nelson Xavier – Ator

Interpreta Francisco Cândido Xavier – a partir dos 51 anos



Wellerson: Num trabalho de interpretação sempre tem o antes e o depois. Um filme como este modificou alguma coisa em sua vida?


“Eu quero guardar as coisas que ele me inspirou, para sempre. Não quero perder mais aquela sensação de ter vivido um pouco da bondade dele, da compaixão, da tolerância. São valores que nós temos na teoria e vemos nele na prática. Então, é lembrar disso, para fazer o meu cotidiano com esta prática, para ser um pouco melhor, um pouquinho mais”.

Wellerson: Qual é a mensagem que o filme deixa, principalmente, para aqueles que não são espíritas?

“O filme independe de religião. Nós estamos falando de um ser humano de qualidade que teve atitudes magníficas em sua vida cotidiana. Não é nada transcendente, é simplicidade, é humildade, um ser humano pleno”.

Ângelo Antônio - Ator

Interpreta Francisco Cândido Xavier (20-50 anos)

(Foto: Silvana Oliveira)


SEMINÁRIO: Pelos Caminhos de Jesus

Mensagem Eurípedes Barsanulfo

Espera Servindo!



Os anos correm, os minutos passam, as horas voam e tu continuas a esperar.

Esperas o amanhã, o futuro, enquanto o presente bate a tua porta.

Espera servindo!

Aproveita cada oportunidade que te chega a porta.

Abraça com desvelo as inolvidáveis chances de trabalhar e a tua espera se transubstanciará em recompensa, sem que ao menos percebas.

A cada dia, Jesus, o Mestre Incomparável, convida-te a engrossar as suas fileiras e abre os Seus compassivos braços a te esperar.

Levanta-te e anda!

Segue adiante!

Não esmoreças jamais.

O Cristo está no leme, Ele é o timoneiro seguro.

Deixai que Ele possa te conduzir e espera servindo!

Muita paz!

Eurípedes Barsanulfo

(Mensagem psicografada pelo médium e orador espírita Wellerson Santos na noite do dia 03 de março de 2010)


Jesus e o Evangelho

Jesus e o Evangelho

Divaldo Pereira Franco

Pelo Espírito Joanna de Ângelis


Muito já se disse e se escreveu sobre Jesus e o Seu Evangelho. O nobre Espírito Joanna de Ângelis, por meio da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, celebrando os dois mil anos do Seu nascimento, fez um oportuno estudo à luz da psicologia profunda sobre a Sua vida e Sua mensagem na magnífica Obra que estamos apresentando ao caro leitor. Jesus e o Evangelho – À luz da psicologia profunda – é o penúltimo livro da Série Psicológica da Veneranda Mentora.

“Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade. A Sua vida e a Sua Obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização através dos tempos” – prefacia Joanna.

No transcorrer dos trinta e quatro capítulos, Joanna recorda-se de frases monunentais do Divino Mestre e discorre sobre elas numa visão psicológica, espírita e cristã. Fala sobre o amor, o jugo leve, a diversidade de moradas, o egoísmo, o ódio, os infortúnios ocultos, a piedade, os últimos e os primeiros, as nossas cruzes, dentre outras belíssimas lições.

“Sem veleidades de especialista em psicologia profunda, o nosso é o contributo sincero de quem crê na excelência da Doutrina Espírita que atualiza o Evangelho, graças ao postulados apresentados pelos Espíritos Iluminados ao eminente Codificador, que muito bem soube fixa-los na Obra incomparável de que se fez responsável” – assevera Joanna de Ângelis.

Esperamos, caro leitor, que busque a leitura e o estudo da referida obra, pois, trata-se de um trabalho para reflexões maduras e especiais, que abrirão novos campos ao entendimento e à razão.

Paz e alegria aos nossos corações!

Wellerson Santos


(Artigo publicado no jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)


Entrevista Inédita: Magda Luzimar de Abreu


O Estudo Minucioso do Evangelho e sua Essência Renovadora

Durante o IV Congresso Espírita Mineiro, Magda Luzimar Abreu, da União Espírita Mineira (UEM), abordou o tema: O Estudo Minucioso do Evangelho e sua Essência Renovadora. “O objetivo do Cristo com o Evangelho, é proporcionar a aproximação das pessoas com os outros, para que todos se tornem verdadeiros irmãos, já que todos são filhos do mesmo Pai” – esclareceu a expositora.
Magda Luzimar de Abreu é espírita de berço. Sua família, fundou o Grupo Emmanuel onde ela atuava como evangelizadora.
“Atualmente, estamos como diretora do Departamento de Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus da União Espírita Mineira, como presidente do Grupo Espírita Emmanuel, onde temos reuniões públicas e de estudo”. – disse ela.

Wellerson Santos: Dentro da Doutrina Espírita encontramos diversos estudos a respeito dos ensinamentos do Evangelho de Jesus. Estudiosos do Movimento Espírita apontam que cada gesto, cada palavra citada no Evangelho tem um significado. Na sua opinião, há realmente significados nestes detalhes ou agindo desta forma não estaríamos dando maior complexidade aos ensinamentos do Cristo?
Magda Luzimar de Abreu: Entendemos que sim. Todos os detalhes são importantes, contanto que eles sejam trabalhados à luz da Doutrina Espírita. O estudo do Evangelho, neste enfoque detalhista e minucioso, não deve ser um estudo, no qual, tenhamos a pretensão de nos tornar especialistas bíblicos, mas sim de fazermos a nossa reforma íntima. Se buscamos detalhes é para que possamos nortear a nossa própria transformação. Como exemplo, no Sermão da Montanha, Jesus sobe ao monte, demonstrando na sua ação que Ele se destaca perante a multidão em benefício dela, mas que Ele está investido de uma autoridade, mostrando isso quando ora. Este gesto significa que precisamos nos esforçar para podermos destacar da multidão, esta já não é mais a multidão de seres, mas a de nossos erros e de nossas imperfeições. Ao mesmo tempo, Ele assenta para estar acessível à multidão e devemos assumir a mesma posição, porque de nada adianta sermos detentores de grande conhecimento e cultivarmos vaidades, nos colocando na posição de alguém que sabe mais do que o outro. Os detalhes servem para agirmos com a mesma postura do Cristo. A Doutrina Espírita é a âncora que não nos deixa sair deste foco. Quando saímos, nos tornamos especialistas bíblicos, tendo um grande discurso, mas não poderíamos dizer que estamos fazendo um estudo minucioso do Evangelho de Jesus, porque estaremos atendendo apenas a nós mesmos.

Wellerson: Em tempos remotos apenas os sacerdotes tinham acesso as Escrituras Sagradas. Na atualidade, devido à evolução do direito de livre interpretação e estudo, todos têm acesso a estes ensinamentos. A senhora acredita que exista algum risco de interpretação literal das passagens evangélicas do Cristo por parte de indivíduos que estejam fora de núcleos de estudo bem orientados? Como minimizar este problema?
Magda: Na realidade este risco existe desde que o Cristo esteve aqui. Porque após o retorno do Cristo ao Mundo Espiritual, os grupos se organizaram e alguns com a intenção de realmente entendê-lo, como os cristãos primitivos que pagaram o preço desta disposição com a própria vida. Outros, para interpretar as palavras do Cristo em benefício próprio se utilizaram Dele através de outros elementos como as Cruzadas e a Inquisição. Precisamos entender que não podemos reproduzir estes riscos dentro da Doutrina Espírita. Devemos utilizar os princípios doutrinários de fraternidade, de caridade cristã, para que não nos deixemos cair neste ponto. Individualmente corremos este risco, mesmo porque pela lei da reencarnação, sabemos que deturpamos o Evangelho no passado em interesse próprio e agora estamos tentando recuperar. Se tivermos a Doutrina Espírita como guia para as nossas deduções e a preocupação de tirarmos o espírito da letra, minimizaremos este risco. Este é um momento feliz em que a sociologia, o direito, a filosofia, a ciência, abriram campo para que o Consolador viesse nos dar a chance de rever aquilo que o Cristo nos disse há dois mil anos atrás. No livro Renúncia, Alcíone nos fala sobre a questão da comparação. Precisamos nos colocar dentro do Evangelho enxergando onde estamos e quem somos. Por exemplo, somos o leproso que aproveitou a oportunidade ou o leproso que não voltou? Somos o cego que gritou pedindo misericórdia para Jesus ou o fariseu que passou o tempo todo articulando até levá-lo a cruz? Se nos colocamos nesta posição com o intuito de nos identificarmos com os personagens bíblicos para que um novo ser surja, se conseguimos enfrentar as feras, que hoje já não estão mais nos circos, mas estão dentro de nós, neste caso, minimizaremos o risco. Na atualidade todos têm acesso ao Evangelho e não poderia ser diferente.

Wellerson: Diversas passagens evangélicas de Jesus causam questionamentos por parte de muitos cristãos que não entendem a mensagem em sua totalidade. Gostaríamos de solicitar à senhora que pudesse nos esclarecer à luz da Doutrina Espírita alguns desses ensinamentos:

a) No evangelho de Mateus, capítulo 10 versículo 34 encontramos: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. O que entender destas palavras do Cristo?

Magda: Quando observamos, à luz da Doutrina Espírita que a Terra é uma escola de aprendizado para o espírito através das reencarnações sucessivas onde mergulhamos no corpo físico com o objetivo de nos aprimorar, e aqui travarmos as lutas íntimas, na reconciliação com aqueles aos quais ferimos, vamos notar que a mensagem do Cristo é cristalina, objetiva e oportuna. Se concebemos a Terra como oportunidade de trabalho para a luta do nosso dia a dia, entendemos, que a espada e a guerra a qual Ele se refere é a guerra que travamos intimamente. Como foi que Jesus usou da espada?Emmanuel nos afirma que a espada que Jesus usa é a espada fincada na terra, porque a cruz é uma espada, a espada que Ele nos propõe. Ele está correto, porque numa falsa condição de paz satisfazemos os nossos interesses, humilhamos, somos impacientes, não temos caridade, mas quando começamos a guerrear conosco fazendo a nossa reforma íntima, olhamos todos como irmãos. É o que Paulo diz: aprendi a combater o bom combate. As palavras de Jesus são perfeitas desde que extraiamos do texto literal a informação do espírito guiada pela Doutrina Espírita; se ficarmos no campo do achismo, isto não resolverá o problema.

Wellerson: b) Segundo o que está registrado no evangelho de Mateus, capítulo 18 versículos 21 e 22, Simão Pedro questionou: “Quantas vezes devo perdoar o meu irmão, até sete vezes?” E Jesus respondeu-lhe: “Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete”. O que poderíamos entender com estas palavras do Cristo? Como vivenciar o perdão sem tornar-se submisso?
Magda: Ao tirarmos o espírito da letra, vamos notar que Jesus vai trabalhar a disciplina em nosso favor. O perdão vai além das palavras. Alguém nos fere e dizemos com a imposição das novas propostas que estamos aprendendo dentro da Doutrina Espírita e do Evangelho: “Eu perdôo”. Mas se na realidade a mágoa persiste é preciso exercitar o perdão, consolidar a necessidade do esquecimento da falta ou da ofensa. Perdoar é liberar-se do sentimento da ofensa, e não, compactuar com o erro. Se alguém nos fere na intimidade, é lógico que temos os mecanismos de defesa psicológicos com os quais trabalhamos, mas não podemos sair desta existência para entrar no campo de batalha com o companheiro no mundo espiritual. Isto não é submissão. Porque Jesus aos olhos dos homens se submeteu aos governantes daquela época indo a cruz, mas aos olhos do espírito ele vive até hoje. A questão do perdão não é a questão da palavra perdôo, mas é a questão do sentimento com o qual nos envolvemos. Se entendermos pela Doutrina Espírita que o companheiro que nos ofende é possivelmente alguém muito magoado conosco no passado, quando o ensinamos a nos tratar-nos da forma atual, ele nos ofende hoje e nós o perdoamos. Assim, amanhã, ele aprenderá conosco. Ele pode nutrir o sentimento de angustia, de raiva para conosco, mas cada vez que este sentimento nos atinge encontra em nós uma blindagem de amor. Não é uma submissão. As leis humanas existem para definir os papéis de cada ser social, as leis divinas, acima destas, definem os papéis do espírito. Mas a questão do número, das múltiplas vezes, está ligado ao trabalho que devemos fazer na nossa intimidade para nos isentar da mágoa, porque podemos não concordar com o que o outro faz, podemos chegar e dizer: “meu amigo, eu não vou fazer, porque eu não concordo e não concordo por estas razões”. Mas qual é o tom da nossa voz ao dizer isto? É disto que estamos falando, estamos falando de mudança de postura íntima.

Wellerson: Qual é a mensagem que a senhora deixa para os nossos internautas?
Magda: Não sei se teria autoridade para deixar a minha mensagem, então gostaria de deixar a mensagem do Cristo. Que nos amemos uns aos outros porque assim seremos conhecidos. Amar é um processo de aprendizado para todos nós. E O Evangelho Segundo o Espiritismo nos fala: Espíritas - amai-vos e instrui-vos. Gostaríamos de desejar a todos os leitores que tenham muita paz, disposição de aprender e de conhecer-se. Que o estudo do evangelho possa ser abraçado, revestido dos pilares da Doutrina Espírita, abrindo nossa alma para um novo mundo, um novo horizonte de regeneração. Temos certeza de que ansiamos a paz, a felicidade, um mundo regenerado, mas não vamos chegar a ele se não contribuirmos com ele. Que Jesus possa amparar-nos na nossa disposição de entendê-Lo, mas acima de tudo de praticá-Lo. Que possamos ser felizes na nossa busca de aprender a amar.

Gostaríamos de agradecer a Magda Luzimar Abreu por seu carinho e atenção.

Que Jesus nos abençoe e nos ilumine!

Wellerson Santos