Entrevista: Célio Alan Kardec de Oliveira


Espíritas: Amai-vos e Instruí-vos
Célio Alan Kardec de Oliveira durante o IV Congresso Espírita Mineiro, abordou o tema: Espíritas – Amai-vos e Instruí-vos. A assertiva recebida por Allan Kardec do Espírito de Verdade e dirigida a todos nós que abraçamos essa doutrina de amor. Célio Alan durante sua exposição mostrou-nos como devemos unir os dois mandamentos na nossa vida cotidiana.
O conferencista nasceu em berço espírita e é militante do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla em Belo Horizonte – MG onde dirige uma reunião de desobsessão há mais de vinte anos. Escreveu algumas obras: Movimento da Fraternidade, Obsessão e Transtornos Psíquicos, Fraternidade - Chama Inextinguível, tendo participação ativa na obra Depressão e Mediunidade, bem como no livro Homeopatia e Espiritismo. Sempre que possível o nobre confrade está presente em nossa instituição realizando palestras e participando conosco das feiras do livro espírita autografando suas obras.
Após a conferência, recebemos Célio Alan Kardec de Oliveira na sala de imprensa onde carinhosamente nos respondeu as perguntas que ora publicamos para a sua apreciação.

Wellerson Santos (Wellerson): O tema proposto ao senhor: Espíritas – Amai-vos e Instruí-vos está bem relacionado ao tema central do IV Congresso Espírita Mineiro: Espiritismo – Amor e Educação. Na sua opinião o que é mais importante: o amor ou a instrução?
Célio Alan Kardec de Oliveira (Célio):
O amor é mais importante. Confirmo esta afirmação com base na assertiva do Espírito de Verdade contida em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 6: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento; Instruí-vos, eis o segundo mandamento”. Porque o amor cobre a multidão de pecados e ele é o laço sagrado que liga as criaturas elevando-as até Deus. A instrução é essencial, porque ela proporciona conhecimento e este leva ao discernimento e a compreensão da dinâmica da vida. Mas não basta você se instruir – faz-se imprescindível testemunhar o conhecimento na ação, sem o que o conhecimento será inócuo. A ausência do amor distancia as pessoas umas das outras.

Wellerson: Muitas pessoas após o primeiro contato com os princípios espíritas através das obras romanceadas, buscam se aprofundar mais através das obras da Codificação. No entanto, alguns dizem ter dificuldades na assimilação e compreensão diante de tais obras, mantendo-se, portanto, somente na leitura dos romances. Qual o melhor procedimento para o principiante espírita entender os postulados de nossa Doutrina?
Célio:
Muitas criaturas são autodidatas e assimilam os ensinos espíritas pelo esforço pessoal. Adotando as obras da Codificação Kardequiana, penetram a sua essência, ao longo do tempo, através de muitos estudos, reestudos e meditações. Não e possível, todavia, generalizar este caminho: cabe à Casa Espírita o dever intransferível de proporcionar a instrução espírita aos que lhe procuram a sua intimidade, formando adeptos e trabalhadores capazes de espalhar as verdades espíritas. A Federação Espírita Brasileira (FEB) já instituiu o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) que é um segmento muito importante, porém urge um esforço no sentido de se implantar nas Casas Espíritas cursos regulares com outra dinâmica e, nesse particular, várias instituições já assim procedem e com muito êxito, favorecendo tanto aos simpatizantes ou iniciantes espíritas quantos aos trabalhadores de uma forma geral.

Wellerson: A instrução muitas vezes leva o indivíduo a percorrer trilhas que destoam do caminho correto. Pessoas muito intelectualizadas tendem a desenvolver o orgulho e a vaidade. Como devemos proceder para que isto não ocorra?
Célio:
Bezerra de Menezes preocupou-se muito com esta questão quando ocupou a presidência da FEB, percebendo que o Movimento Espírita estava a ponto de sofrer cisões. Existem adeptos que se afeiçoam à ciência, outros que se devotam mais à filosofia e ainda outros que se consagram ao chamamento do evangelho. Tudo perfeitamente natural e existe campo para todas essas tendências O que não pode ocorrer são as disputas estéreis, os comportamentos personalistas e os desentendimentos diante de eventuais divergências. A solução é tornar o Cristo presente em nós, nas Casas Espíritas, fora disto estaremos sempre entrando em contradições, falseando caminhos e tomando decisões que não sejam as mais importantes para a Causa do Cristo que deve ser a nossa causa. É preciso buscar unidade de princípios na forma binômio: amor e sabedoria!

Wellerson: Muitos indivíduos dentro de sua faixa de compreensão vivenciam o amor de forma errônea. Confundem-no com extrema bondade, com subalternidade, com passividade. O que nós podemos fazer para melhor vivenciarmos este sentimento tão belo, no entanto, tão carente de entendimento?
Célio:
O Espírito André Luiz adverte-nos que no campo das relações interpessoais, nem a doçura sistemática que anestesia a mente, sem renová-la e nem a energia contundente que não educa e nem ampara.Cabe-nos compreender e descobrir um caminho, onde o amor se manifesta numa linha de equilíbrio e de harmonia. Para alcançar isto, não temos outra alternativa, que não seja a de nos render definitivamente e seguir os ensinos de Jesus. Fora disso, estaremos sempre adiando projetos de renovação íntima e causando sofrimento nos outros.

Wellerson: André Luiz nos diz que são duas as asas que nos conduzem a evolução: a asa da razão e a asa do sentimento. O que está em conformidade com os mandamentos deixados pelo Espírito de Verdade em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Numa encarnação é possível ao espírito desenvolver concomitantemente as duas asas ou elas se desenvolverão individualmente?
Célio:
O progresso do espírito não é fragmentário e cada existência proporciona, em tese, a conquista de valores morais e os de natureza intelectiva. Claro que em faixas evolutivas mais primárias a razão vai sobrepor-se e o progresso é mais intelectual; nas faixas evolutivas mais medianas um e outro acontecem, de uma forma ainda não eqüitativa, porém nas faixas superiores da evolução a virtude e o saber, avançam em conjunto, irmanados, no gráfico do progresso, em face o elevado grau de compreensão da vida alcançado pelo viajor imortal. A lei determina a alternância de vidas com experiências muito diferenciadas, onde numa existência, buscando o equilíbrio, desenvolver-se-á o campo da inteligência, sem prejuízos para o aprimoramento e conquistas das virtudes que adornam o caráter e, noutra existência, vivenciando experiências para inocular, no imo do ser, a soberania do amor!

Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os nossos internautas?
Célio:
Estejamos todos convictos que o amor é essência da vida e é o hálito de Deus ligando as criaturas rumo às conquistas inolvidáveis do espírito.

Jesus nos abençoe!
Wellerson Santos

(Foto: Edson Flávio – Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus)


2 comentários:

  1. Meu amigo suas entrevistas estão cada dia melhor.
    Parabensssss

    ResponderExcluir
  2. É MUITO DÍFICIL FALAR DE UMA PESSOA COMO VOCÊ!
    FREQUENTO A FRATERNIDADE DE AUGUSTO CÉZAR NETTO,
    E CADA DIA QUE VOCÊ FAZ UMA PALESTRA LÁ, SINTO QUE MAIS ILUMINADO VOCÊ FICA.
    QUE DEUS CONTINUE TI ILUMINANDO...
    UM GRANDE ABRAÇO!
    KELLY E FAMILIA.

    ResponderExcluir

Deixe aqui os seus comentários com o seu contato.
Muito obrigado!