Entrevista: Site Espiritismo BH


ENTREVISTA: SITE ESPIRITISMO BH
Tema: Bezerra de Menezes

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II Entrevista: Divaldo Pereira Franco


Jesus: O Mestre do Amor

O tema de encerramento do IV Congresso Espírita Mineiro foi: Jesus - o Mestre do Amor, proferido pelo orador espírita Divaldo Pereira Franco. O conferencista analisou o mestre Jesus sob três aspectos: no contexto histórico, como psicoterapeuta e na atualidade. Iniciou a conferência lembrando Ernesto Renan, o filósofo e escritor francês, imortal na Academia de Letras da França, que escreveu um livro sobre Jesus dizendo que ele é um homem incomparável. “Concordo com isso. Jesus é o ser mais superior que o mundo conheceu. Ele é único”. – disse Divaldo. “Os dados históricos da passagem de Jesus pela Terra são muito sutis” - informou - “Entretanto, ele tornou-se o maior marco da história da humanidade”.

O orador baiano ainda ressaltou na vida de Jesus as curas por Ele realizadas, relatando algumas passagens evangélicas ao sabor de sua emoção. Jesus ensinou que quem ama não adoece e que a prática de bons sentimentos e a mudança de atitude mental proporciona a liberação de substâncias no organismo que promovem a saúde. “Isso não é milagre, é ciência. E Jesus já sabia disso há dois mil anos quando promovia as curas. São fatos que a neurociência, nos anos 80, veio a descobrir. Mas ele já sabia, afinal ele é o guia, o modelo da humanidade, o construtor da nossa Terra, portanto, é o seu administrador” - argumentou.

No transcorrer de sua conferência, Divaldo ainda citou o líder pacifista indiano, Gandhi, que dizia: “Se todas as obras da humanidade desaparecessem e ficassem apenas as doze linhas do Sermão da Montanha, seria suficiente para tornar a criatura feliz”. E Divaldo diz: “É este o Jesus que está voltando, que o Espiritismo traz. Não mais o Jesus crucificado. É esse Doce Amigo que vem até nós”.

Ao traçar um perfil dos tempos atuais, o orador descreveu que a humanidade está abarrotada de ciência, de tecnologia de ponta e de coisas desnecessárias, mas carente do essencial, que é a paz. Este é o grande momento histórico em que os céus descem a Terra através dos mensageiros por Jesus capitaneados para cantar o hino da imortalidade, aos ouvidos de todos os corações.

Ao final da palestra, emocionando a todos, Divaldo Pereira Franco ressalta o amor inefável de Jesus pela humanidade, declamando o poema de Amélia Rodrigues: Obrigado Senhor!

O orador baiano completou 81 anos de idade e 61 anos de mediunidade com Jesus. Já psicografou mais de 211 autores espirituais, cerca de 200 livros, com mais de 7,5 milhões de exemplares vendidos. Como orador já fez mais de 11000 palestras em 62 países espalhados pelo nosso Planeta. É comparado pela escritora Ana Maria Spranger como o Paulo de Tarso de nossos dias. Suely Caldas Schubert o chamou de Semeador de Estrelas. Este é o nosso querido Divaldo.



Wellerson Santos (Wellerson): Jesus, o ser mais biografado da Humanidade, tem muitos fatos de sua vida discutidos pelos estudiosos, um deles é a forma de sua concepção. O que tem a dizer a Doutrina Espírita em relação à virgindade de Maria e ao nascimento de Jesus?
Divaldo Pereira Franco (Divaldo):
Allan Kardec, em A Gênese, abordando os milagres e a vida de Jesus, refere-se que Ele era portador de um corpo carnal e por isto mesmo Sua vida foi perfeitamente normal e natural.

Wellerson: No livro A Gênese, em sua quarta parte, Allan Kardec traça diversas possibilidades para explicar as Bodas de Caná. Uma das hipóteses é de que este acontecimento não seja um fato real e sim uma parábola contada por Ele. O que o senhor pensa a respeito disso? Quais foram os recursos que Jesus se utilizou para transformar a água em vinho?
Divaldo:
É compreensível que muitos dos fenômenos a esse semelhantes e que se encontram nos Evangelhos entrem para a galeria dos mitos. No entanto, conhecendo hoje a lei dos fluidos mais do que na época do Egrégio Codificador, eu acredito que aquele fato ocorreu conforme se encontra narrado. Não, acredito, porém, que a substância apresentasse qualquer teor alcoólico, mas sim um sabor agradável, que produziu, naqueles que se beneficiaram, uma satisfação tão grande, que os mesmos comentaram que normalmente se servia o melhor vinho no começo, deixando-se para depois aquele de pior qualidade.

Wellerson: Pelo que se tem notícias Joanna de Ângelis viveu na época de Jesus como Joana de Cusa. O senhor tem informações se ela teve ou tem algum contato direto com Jesus no Plano Espiritual?
Divaldo:
Pessoalmente, acredito que sim, mesmo porque depois do seu devotamento e do sacrifício da própria vida na condição de mártir, estabeleceu-se uma vinculação afetuosa muito grande e mais profunda entre ela e o Mestre. Penso que, como efeito, essa vinculação prossiga no mundo espiritual, guardadas as imensas distâncias que existem entre uma e o Outro.

Wellerson: Amélia Rodrigues, Espírito, muitas vezes narra fatos que não estão em sua totalidade no Evangelho. Ela teria vivido à época de Jesus?
Divaldo:
Ela me disse que tem por hábito consultar as anotações sobre a vida de Jesus existentes no mundo espiritual e toma conhecimento dos estudos que são feitos por Espíritos iluminados, alguns dos quais foram contemporâneos de Jesus.

Wellerson: Gostaríamos de saber se quando o senhor psicografa essas mensagens consegue registrar psiquicamente os fatos que são narrados por ela? Teria algum fato para narrar-nos?
Divaldo:
Quando psicografo alguns Benfeitores, na maioria das vezes, ocorre o fenômeno da ideoplastia, isto é, as cenas condensam-se na minha mente e posso vê-las. No começo, quando iniciei as primeiras atividades de divulgação doutrinária, que tinham o caráter de narração evangélica, eu via todas as cenas que buscava descrever com a maior fidelidade possível, embora me faltasse vocabulário próprio para tanto. Ainda continua essa ocorrência, hoje mais fácil em decorrência da larga experiência descritiva. Quando eu tive a oportunidade de visitar a Palestina, procurei conferir as lembranças com as paisagens diante dos meus olhos e experimentei incontida alegria por constatar que as conhecia.O mesmo fenômeno aconteceu-me quando psicografei o livro Párias em Redenção, ditado pelo Espírito Victor Hugo, o que me causou agradável surpresa. Quando terminava a escrita e ia ler a página verificava que era tudo quanto houvera acompanhado, com a diferença de que a visão era mais rica do que a descrição, que se apresentava sintética para a leitura.

Wellerson: Ao terceiro dia, quando Madalena foi visitar o sepulcro do Mestre, a pedra do túmulo estava afastada e o corpo dEle não estava lá. Qual a opinião da Doutrina Espírita em relação ao desaparecimento do corpo de Jesus?
Divaldo:
É muita complexa. Porque o próprio Kardec, em sua extraordinária obra A Gênese, fazendo uma análise do desaparecimento do corpo de Jesus do túmulo, não conclui elucidando o que realmente aconteceu. Ele faz a abordagem clara a respeito do corpo, Seu corpo material. Oportunamente, estando em Uberaba e ouvindo o venerando médium Chico Xavier abordar a questão, anotei a sua informação de que teria ocorrido uma implosão através da qual houve a sua desintegração.

Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os internautas?
Divaldo:
A minha é uma mensagem de esperança, de alegria de viver, de perfeita sintonia com a proposta doutrinária do Espiritismo. Amando, servindo e passando adiante, encontramos os objetivos essenciais. Sugiro que ninguém seja inimigo de outrem, mesmo que tenha muitos inimigos. Cabe-nos a todos buscar ser aquele que ama, e nessa condição, tornar-se o que compreende, que ajuda e constrói o mundo novo do amanhã.
Wellerson Santos
(Foto: Lincoln Junio de Oliveira Macedo – Entrevista publicada no jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).

Renovação Íntima


Renovação Íntima


Quando no Mundo acende-se a chama viva rememorando a trajetória de Nosso Senhor Jesus Cristo, especialmente nos países cristãos, irmanamo-nos com os nossos queridos irmãos, aditando eflúvios de amor e de luz.

Embora a festa pascal tenha sido criada pelos judeus por ocasião da libertação dos hebreus do julgo egípcio, os cristãos hoje celebram a ressurreição de Jesus. Jesus ressurrecto no terceiro dia, conforme havia dito aos seus discípulos e seguidores.

Convém na atualidade, quando no Mundo passamos tanta exasperação, tanta violência e dor, fazer Jesus ressurgir em nossos corações, fazer brilhar a Luz Interior a fim de que Ele possa nascer, viver e estar conosco.

Jesus é o roteiro seguro que Deus nos ofereceu para que possamos alcançar a nossa plenitude. Ele é a bússola na noite escura dos nossos desenganos. Ele deve ser o leme na nau quando estivermos nas nossas injunções dolorosas, no campo da luxúria, da mendacidade, do poder e do prazer desenfreado. Ele é a verdade que nos consola e nos orienta. Jesus é a porta pela qual devemos passar e somente a atravessaremos quando fizermos a nossa Renovação Íntima.

Desejamos aos amados do nosso coração paz e luz!

Feliz Páscoa!

Não a páscoa mundana, mas a Páscoa que representa Renovação e Trabalho.


Maria Dolores

(Mensagem psicográfica recebida pelo médium e orador espírita Wellerson Santos na noite do dia 11 de abril de 2009).


Palestra: A Codificação Espírita

Palestra: A Codificação Espírita
Data: Outubro/08
Local: Fraternidade Espírita Irmão Glacus
Orador: Wellerson Santos



Entrevista Haroldo Dutra Dias




Jesus e as Parábolas – Método Pedagógico

Haroldo Dutra Dias no IV Congresso Espírita Mineiro discorreu sobre o tema: Jesus e as Parábolas – Método Pedagógico. Iniciou a sua preleção dando-nos os diversos significados da palavra “parábola”, mostrando-nos claramente que eles estão presentes tanto no Antigo como no Novo Testamento. Segundo Haroldo, uma estatística mostra que nos quatro Evangelhos (Mateus, Lucas, Marcos, João), 52% dos textos possuem linguagem figurada. De uma forma didática e extremamente compreensível, o expositor a título de exemplificação utilizava-se da Parábola do Bom Samaritano para fazer suas considerações. “É necessário explicar e desenvolver o que foi lido” – disse ele.

Haroldo Dutra Dias milita no Grupo Espírita Emmanuel que fica localizado no bairro Carlos Prates, em Belo Horizonte – MG. Atualmente, encontra-se trabalhando em pequenina cidade chamada Mantena – MG, onde sequer possui uma Casa Espírita. Mas desde há 22 anos, quando ele encontrava-se com 17 anos de idade integra o Movimento Espírita.

No início, participei do movimento de Mocidades, na Confraternização de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte – COMEBH, e estou até hoje” – disse ele.

Haroldo está realizando um belo trabalho junto a Federação Espírita Brasileira. Possui uma coluna na revista “O Reformador” intitulada “Cristianismo Redivivo”. Sobre esta atividade ele diz: “Tem sido uma experiência incrível, na qual tenho me dedicado ao trabalho da escrita, com projetos promissores para o futuro”. Esta tarefa se iniciou quando ele e o senhor Honório foram convidados para elaborar o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), lançado em dois volumes, pela FEB, que aborda as parábolas e ensinos de Jesus, interpretados à luz da Doutrina Espírita. “Parece que ainda vou ficar um tempo empenhado nesta tarefa. Embora sinta falta de uma atividade assistencial, da reunião no grupo espírita, entendo que o momento é outro. Temos que aceitar as determinações do Alto, porque elas representam sempre o melhor para nós”completa Haroldo.

Logo após a sua conferência, na sala de imprensa, Haroldo Dutra Dias respondeu as questões que ora publicamos. Que possamos nos deleitar nestes profundos esclarecimentos acerca do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.





Wellerson Santos (Wellerson): No evangelho de Marcos, capítulo 4, versículo 9, encontramos a seguinte assertiva: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” O que poderíamos entender com estas palavras do Cristo?

Haroldo Dutra Dias (Haroldo): Os sábios da época de Jesus, ao interpretarem o Velho Testamento, diziam que a revelação havia sido dada no Monte Sinai como uma voz e que esta voz se dividiu em setenta vozes. O que eles queriam dizer com isto? Por que setenta? Para que toda humanidade ouvisse, afirmavam eles. Isto é muito importante, porque na cultura onde Jesus nasceu o ouvido era considerado o órgão (no sentido metafórico) essencial do entendimento. É pelo ouvido que penetrava a orientação, é pelo ouvido que Deus tinha acesso à intimidade da criatura. Sendo assim, parece que Jesus estava nos advertindo quanto aos riscos de se perder a capacidade de escuta ou de transformá-la num ato mecânico. Nesses casos, a pessoa não se dá conta daquilo que está chegando até a sua intimidade, do ensinamento presente nas circunstâncias, daquilo que as pessoas estão transmitindo. Entendo como se Ele dissesse, nas entrelinhas, “Eu sou a voz de Deus, não apenas quando estou falando, ensinando, pregando, mas principalmente quando estou agindo”. Quando Jesus atua é Deus quem fala, porque Ele é o porta-voz do Criador para os filhos da Terra. Desta forma só vai aproveitar quem ouvir, sem escutar não tem jeito.


Wellerson: Segundo nos informam os espíritos, Jesus nasceu na região de Israel, porque aquele era o único povo monoteísta da época e conseqüentemente estavam mais preparados para receber os seus ensinamentos. Se eles estavam preparados porque Jesus utilizava-se de parábolas para comunicar-se com eles?

Haroldo: Há dois pontos nesta pergunta que precisamos destacar. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, nos diz que por duas razões Jesus se dirigiu aos israelitas. Primeiramente, em razão do Monoteísmo do povo hebreu, embora outros povos cultivassem uma dose de monoteísmo, ele era reservado aos círculos iniciáticos, já que a população como um todo era politeísta. O que não acontecia com o povo hebreu, cujas práticas sociais e coletivas apontavam ou buscavam expressar um monoteísmo inconfundível, claro, direto e objetivo. Por esta razão, Jesus enviou àquele povo inúmeros missionários com a tarefa de preparar a sua vinda. Sem essa base, não seria possível a revelação do Evangelho. Mas há outra razão: diz Emmanuel que, dos povos vindos de Capela, Israel era o mais endividado perante a Lei. É por isto que temos a célebre frase de Jesus: “eu não vim para os sãos, eu vim para os doentes”. Eram os que mais necessitavam porque eram aqueles que nas experiências terrenas encontrariam maior cota de sofrimento. No tocante a questão da parábola, é importante nós entendermos que Jesus não falava por parábolas para ocultar o sentido. Falar em parábola é engrandecer a fala. Naquela época, a utilização das parábolas era uma marca cultural do povo hebreu, tanto é assim, que o Velho Testamento está cheio delas. Na verdade, o modo mais efetivo de você transmitir um ensinamento rico e condensado em poucas palavras é a parábola. A memorização é facilitada, e o ensino não fica encarcerado, engaiolado. É como se você lançasse uma semente e daqui a 50000 anos, voltaremos a interpretar aquela parábola e vamos retirar coisas que hoje não conseguimos retirar. Por isto que as palavras do Cristo têm vida eterna, não apenas pelo conteúdo, mas também pela forma que Ele escolheu para transmitir o ensinamento. Uma forma aberta, ampla, simbólica, que resiste aos séculos. .


Wellerson: Por diversas vezes os apóstolos de Jesus tinham dificuldade de entender os seus ensinamentos. Porque isto se dava, eles não eram espíritos preparados para continuar a divulgação do seu Evangelho? Porque não o entendiam?

Haroldo: Costumo brincar e dizer o seguinte, Jesus é o governador espiritual do orbe. O planeta deve ter por volta dos seus cinco bilhões de anos, e há cinco bilhões de anos atrás Jesus já era um dos membros da comunidade de espíritos eleitos que dirigem o Sistema Solar. O que nós éramos? Então comparar Jesus com os apóstolos é covardia, é maldade. É comparar um fusquinha, com uma Ferrari. É claro que eles não conseguiriam manter aquele padrão divino do Cristo, mas isto não significa que eles não estivessem preparados. Porque se Jesus escolhesse anjos e espíritos puros para serem apóstolos não haveria identificação nossa com o Cristianismo. Era preciso escolher seres humanos. Porque o que Jesus estava querendo mostrar é que não importam as suas fraquezas, as suas fragilidades. Quando você se entrega, é Deus, por intermédio da espiritualidade superior, que age. Paulo fala isso de uma forma muito bonita: “Trazemos esta verdade em vasos de barro para que a glória não seja nossa, mas do alto”. Sempre penso nisso. Sempre que subo para falar penso: está subindo o vaso de barro. Espero que a Espiritualidade Superior tenha piedade para mandar água pura, pois se depender só do vaso o auditório receberá muita lama. E é muito bonito isso, porque quando a criatura vê um Pedro que nega, um Pedro que tem medo, um Pedro que é humano, diz assim: se ele pode, eu também posso. Evita-se o processo de endeusamento. Estamos em marcha para Deus.


Wellerson: Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXI: Haverá falsos cristos e falsos profetas o Espírito de Verdade nos diz que a linguagem simbólica de Jesus tem favorecido interpretações das mais contraditórias, onde as criaturas buscam avaliar segundo as suas concepções e vontade. Jesus como profundo conhecedor da criatura humana não saberia que haveria estas dissensões de pensamentos religiosos? Porque mesmo assim utilizou-se de metáforas para ensinar?

Haroldo: Esta pergunta é interessantíssima. Eu diria que é o preço que se paga pela parábola - a possibilidade dela ser mal interpretada. Mas, neste caso, precisamos pensar uma coisa. A má interpretação já é uma experiência. Tem uma propaganda muito interessante que diz: “não há aprendizado sem manchas”. É claro que devemos procurar a qualificação, o aperfeiçoamento, a capacitação, porém, conscientes de que não há evolução sem erro. E todo este processo de má interpretação ou de distúrbio, até mesmo de mau uso das palavras de Jesus, é um processo de valorização da própria verdade. É mais ou menos assim: nós não vamos valorizar o nascer do sol enquanto não passarmos pela madrugada. Deus poderia ter-nos criado anjos ou poderia ter determinado a encarnação de milhões de espíritos puros na Terra. Em trinta anos nosso orbe seria um mundo ditoso. Todavia, não seria uma luz imposta, um progresso forçado? Costumo dizer que só depois que se bebeu muita água impura, muita água suja, começamos a dar valor à água cristalina. Vivemos numa época que pode ser chamada de era da fantasia. As pessoas estão carentes de uma orientação espiritual. Mas elas estão atrás de esoterismo, de exotismos, ou seja, daquilo que é exótico, bizarro. Essa experiência, no entanto, é importante, porque nesses caminhos exóticos muitos exaurem a ânsia de exotismo, e voltam com sede genuína, preparadas para beber da água pura. Acho que este processo de má interpretação pelo qual passou e passa os ensinamentos de Jesus faz parte do nosso aprendizado. Isto nos amadureceu. Como a criança que para aprender a falar com fluência comete inúmeros erros. Verbalizar o evangelho não e fácil. Nós ainda vamos gaguejar muito até conseguir falar com fluência.


Wellerson: Dentre as parábolas de Jesus, na sua opinião, qual é a que mais resume a doutrina do Cristo?

Haroldo: É uma escolha difícil, mas eu apostaria na parábola do Bom Samaritano. Como salientamos em nosso estudo, ela condensa todo o ensino sobre o amor. Não é uma discussão teórica, não é uma tese, é simplesmente a história de alguém que teve a coragem de amar. Esse alguém era considerado um herege, um marginal da sociedade, mas é ele quem toma a iniciativa de socorrer. O outro era um homem caído, sem identificação, abandonado à própria sorte. Os atores principais desta estória são pessoas marginalizadas, consideradas sem valor naquela sociedade, mas são eles que nos transmitem a lição mais bela, a lição do amor, da solidariedade. O amor de Deus utiliza instrumentos inusitados, ele fala por bocas não oficiais, tidas como desqualificadas pelos homens. Nesse caso, ele falou pela boca de um herege samaritano.


Wellerson: Qual é a mensagem que o senhor deixa para os nossos internautas?

Haroldo: Como frisamos no estudo, o trabalho interpretativo do Evangelho somente se completa com a vivência. É o que Alcíone nos ensina no livro Renúncia: “O Evangelho é um vasto caminho ascensional cujo termo não atingiremos, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes”. Acredito que vocês estão no caminho certo, como demonstra a escolha do título do jornal. Não vejo outra mensagem mais atual, mais premente do que aquela deixada pelo Mestre: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.


Que Jesus nos abençoe!


Wellerson Santos


(Foto: Edson Flávio - Entrevista publicada pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).


Plenitude


Livro: Plenitude

Divaldo Pereira Franco

Espírito: Joanna de Ângelis


Prosseguindo com a apresentação da Série Psicológica de Joanna de Ângelis através do médium Divaldo Pereira Franco submetemos a apreciação do amigo leitor à obra Plenitude. Neste terceiro livro da Série, Joanna apresenta-nos um estudo aprofundado do sofrimento em suas várias nuanças.


Durante o largo período da História da Humanidade, a visão religiosa e filosófica sobre o sofrimento recebeu valiosas contribuições. Filósofos, escritores e estudiosos pessimistas teimam em afirmar que a vida é sofrimento, o que a Doutrina Espírita discorda. Diversos são os prismas que podemos dar as oportunidades que surgem em nossa caminhada.


Em nossa vida sempre temos duas janelas: a da alegria e a da tristeza, através do nosso livre arbítrio, escolhemos em qual delas desejamos debruçar. Todo fato possui duas vertentes, mas infelizmente, na maioria das vezes, sempre nos dispomos a escolher a vertente negativa. O sofrimento, não é o caminho, é um dos caminhos que nos levam a plenitude. A dor, não é uma punição. Antes, revela-se um excelente mecanismo da vida a serviço da própria vida. – comenta Joanna.


Segundo a veneranda Mentora, a dor está vinculada à sensibilidade de cada um, o que constituirá para um indivíduo tormentoso sofrimento, a outro não terá nenhuma influência. O fato é que o homem no transcorrer de sua existência tem buscado eliminar de sua vida esse tormento, expurgar a dor, vencer a dificuldade. E muitas vezes, por mais que logre esse intento, não consegue. Imediatistas que somos, interessamo-nos apenas para o hoje sem termos uma visão para o porvir. Não enxergamos o sofrimento como oportunidade de redenção.


Muitos acreditamos, na ignorância que nos compete, que o sofrimento é punição da Divindade, que faz com que cada criatura pague toda a dívida adquirida durante sua larga existência. São as transferências psicológicas que fazemos à Divindade, criando uma idéia antropomórfica, colocando em Nosso Pai, Misericordioso, Justo e Bom, nossas imperfeições e nossos vícios.


Entretanto, Joanna de Ângelis através desta obra, vem mostrar-nos de forma clara e objetiva, que o sofrimento resulta do distanciamento do amor, que lhe é o grande antídoto. A história dos mártires – diz Joanna – atesta-nos a legitimidade do conceito. Acima de todos eles, porém, destaca-se o exemplo de Jesus, lecionando, pelo amor, a vitória sobre o sofrimento durante toda a Sua vida, principalmente nos momentos culminantes do Getsêmani ao Gólgota, e daí à ressurreição...


O livro Plenitude apresenta-nos um histórico belíssimo acerca desse tema de grande importância para a nossa vida cotidiana. A Benfeitora Espiritual faz uma análise do porque sofremos, apontando suas origens e causas; elucida sobre os diversos tipos de sofrimentos que existem no orbe terrestre e na vida além-túmulo; oferece-nos recursos na terapia, mostrando-nos a Misericórdia Divina que não desampara a nenhum de seus filhos; liberta e desata a nossa mente para qualquer atavismo, consolando-nos através do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.


No prefácio Joanna de Ângelis diz: Confiamos que o nosso esforço irá contribuir para o esclarecimento dos nossos leitores, induzindo-nos à aquisição da plenitude, em paz e saúde, inteiramente livres do sofrimento, construindo o amor como fonte viva de realização íntima e geral. Fazemos as nossas palavras finais, as palavras de Joanna, esperando que o amigo leitor possa interessar-se no estudo dessa obra, no qual se apresentam requisitos essenciais para que possamos conquistar a nossa Plenitude.


Paz e alegria aos nossos corações!

Wellerson Santos


(Artigo publicado pelo jornal Evangelho e Ação – Órgão de Divulgação da Fraternidade Espírita Irmão Glacus).